Calçadão de bangu: modelos de cidade e modos de vida
DOI:
https://doi.org/10.5007/1806-5023.2023.e96731Palavras-chave:
Sociologia Urbana, Calçadão de Bangu, CotidianosResumo
O Calçadão de Bangu, inaugurado em 1991, pode ser visto como a fundação de um novo modelo para o bairro da Zona Oeste carioca. A partir de uma via exclusiva para pedestres, a Prefeitura do Rio de Janeiro reformulou uma rua que estava envolta por galerias comerciais, a estação ferroviária e a Fábrica de Tecidos Bangu. Passados cerca de trinta anos, o Calçadão passou por reformas, disputas e mantém o seu caráter central na região de Bangu, sendo tomado por camelôs, pedestres, mototáxis e lojistas de diversos ramos. Tendo em mente este objeto, debato o modelo de calçadão enquanto cenário de concepções de cidades e de modos de criar o cotidiano. Concluo que o modelo de calçadão visa ordenar as experiências no espaço público e delimitá-las dentro do plano urbano executado, enquanto os viventes destes espaços recriam e invertem o planejamento das cidades ao ocupar, transitar e comercializar.
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