A escassez como princípio norteador da análise marginalista e o pecado original da “ciência econômica”
DOI:
https://doi.org/10.5007/2177-5230.2025.e107989Palavras-chave:
Escassez, Substituição, Equilíbrio, Pleno-emprego, Distribuição de rendaResumo
A escassez relativa, tanto de bens, quanto de fatores de produção, constitui a categoria analítica central para a determinação de seus respectivos preços relativos, de acordo com a abordagem marginalista. Entretanto, a funcionalidade do índice de escassez possui também alguns limites, sobretudo no que tange à condição de pleno uso dos fatores de produção. Este artigo discute como essas limitações atuam, apontando para os casos problemáticos no poder explicativo da relação entre escassez e preços, bem como das derivações de agregados macroeconômicos advindos dessa relação, como o volume e a distribuição de renda. Neste sentido, contribui mostrando o caráter problemático ou até equivocado do uso do índice neoclássico de escassez relativa para precificar bens e fatores em condições de ociosidade de recursos e/ou de reprodutibilidade produtiva na economia.
Referências
ASPROMOURGOS,T.: Rationalising the supply-and-demand cross, 1838–1890. The European Journal of the History of Economic Thought, DOI:10.1080/09672567.2020.1720766. 2020.
ASPROMOURGOS,T What Is Supply-and-Demand? The Marshallian Cross Versus Classical Economics, Review of Political Economy, DOI:10.1080/09538259.2018.1537646. 2018.
BHARADWAJ, K. Classical Political Economy and rise to dominance of supply and demand theories. Universities Press (India) Pvt.Ltd, 1986.
BHARADWAJ, K. The Subversion of Classical Analysis: Alfred Marshall’s Early Writing on Value. Cambridge Journal of Economics ,Vol. 2, pp. 253-271, 1978.
BORTIS, H.: Classical-Keynesian Political Economy, not Neoclassical Economics, is the Economic Theory of the Future. Review of Political Economy vol. 35, N°.1, pp. 65–97, 2023.
CAMPUS, A.: Notes on cost and Price: Malthus and the marginal theory. Political Economy - studies in surplus approach, vol,3. n° 1, 1987.
DELFAUD, P.: As teorias Econômicas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,1986.
FABER, M., FRICK, M. e ZAHRNT, D. : Absolute and Relative Scarcity. Project: MINE - Mapping the Interplay between Nature and Economy. MINE Website: www.nature-economy.com . 2019.
FERGUSON, C.E.: Microeconomia. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1983.
FERGUSON, C.E: The neoclassical theory of production and distribution. London, Cambridge University Press, 1969
FREITAS, F.: Macroeconomia Neoclássica Pré-Keynesiana. In: Escolas da Macroeconomia. Rio de Janeiro: Corecon-RJ. 2015
GANEM, A.:Demonstrar a ordem racional do mercado: reflexões em torno de um projeto impossível. Revista de Economia Política, vol. 16, nº 2 (62), pp. 274-292. 1996.
GAREGNANI, P.: The Classical Theory of Wages and the Role of Demand Schedules in the Determination of Relative Prices. The American Economic Review, Vol. 73, No. 2. Papers and Proceedings of the Ninety-Fifth Annual Meeting of the American Economic Association, pp. 309-313, 1983.
GAREGNANI, P.: Notes on consumption, investment and effective demand, Cambridge Journal of Economics, 2&3, pp. 335–353 & pp. 63–82, 1978-79 (reimpresso em EATWELL & MILGATE,1983).
GAREGNANI, P.: Heterogeneous Capital, the Production Function and the Theory of Distribution. The Review of Economic Studies, 37 (3): 407–436, 1970.
GAREGNANI, P.: Switching of techniques. The Quarterly Journal of Economics, 80 (4): 554-56, 1966.
GAREGNANI, P. e PETRI, F.: Marxismo e teoria econômica hoje. In: HOBSBAWN, E. J. (org.) História do marxismo, Vol. 12: O marxismo hoje (Segunda parte) Rio de Janeiro: Paz & Terra, pp. 383-474, 1989.
KORNAI, J.: Resource-Constrained versus Demand-Constrained Systems. Econometrica. Vol.47, n°4, pp. 801-819, 1979.
LUXEMBURGO, R.: A Acumulação do Capital: Contribuição ao Estudo Econômico do Imperialismo. Coleção Os Economistas. São Paulo: Nova Cultural.1985.
MARSHALL, Alfred: Princípios de Economia. Coleção “Os Economistas”. São Paulo: Abril Cultural, 1982 [1890].
MARX, K. (1985). O Capital: crítica da Economia Política. Coleção Os Economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1985.
MOREIRA, V.:A Lei de Say na evolução do pensamento econômico: um trajeto teórico degenerado. Anais do XXV Encontro Nacional de Economia Política. UFBA, 10 a 13 de novembro, 2020.
MOREIRA, V.: Desemprego sob Restrição de Demanda Agregada em Keynes. O que dizer do longo prazo? Geosul, Florianópolis, v. 37, n. 82, p. 84-108, 2022.
PALUMBO,A.:Scarcity in the Theories of Value. The Indian Economic Journal. DOI: 10.1177/00194662211017282. 2021.
PASINETTI, L.: Changes in the Rate of Profit and Switches of Techniques. The Quarterly Journal of Economics, 80 (4): 503-517, 1966.
PETRI, F.: Neglected Implications of Neoclassical Capital-Labour Substitution for Investment Theory: Another Criticism of Say's Law. Review of Political Economy, Vol. 27, Issue 3. 2015.
RICARDO, D.: Princípios de Economia Política e Tributação. Coleção “Os economistas”. São Paulo: Abril Cultural, 1982 [1817/1823].
ROBBINS, L.: Um Ensaio Sobre a Natureza e a Importância da Ciência Econômica. São Paulo: Editora Saraiva, 2012 [1932].
ROBINSON, J. e EATWELL, J.: Introdução à Economia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 1978.
ROSSETI, J.P.: Introdução à Economia (14° edição). São Paulo: Atlas, 1990.
SILVA, S.F: Um Estudo sobre a Evolução do Preço de Produção do Petróleo nas Últimas Décadas. Capítulo 1, Tese de dourado. IE-UFRJ. Rio de Janeiro, 2016.
SMITH, A.: Uma Investigação sobre a Natureza e Causa da Riqueza das Nações. São Paulo: Hemus Editora Ltda,1981.
SRAFFA, P.:The laws of returns under Competitive Conditions. The Economic Journal, Vol. 36, No. 144, pp. 535-550, 1926.
SRAFFA, P.: Production of Commodities by Means of Commodities: Prelude to a Critique of Economic Theory. Cambridge University Press, Cambridge. 1960.
WALRAS, L.: Compêndio dos Elementos de Economia Política Pura. Coleção “Os Economistas”. São Paulo: Abril Cultural, 1983 [1938].
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.