Intensidade ecológica do bem-estar no Brasil: uma abordagem regional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2177-5230.2020v35n76p189

Resumo

A literatura moderna sobre a relação entre atividade humana e pressão ambiental tem crescido. Uma das abordagens recentes é relacionar o crescimento econômico com a intensidade ecológica do bem-estar humano (EIWB), que é medida através da razão de uma variável de pressão ambiental e uma variável de bem-estar humano. O presente artigo investiga os efeitos do crescimento econômico sobre a EIWB no Brasil e suas grandes regiões entre 2002 e 2014. Para isso, utilizou-se o modelo de regressão time-series cross-section (TSCS) Prais-Winsten. Os resultados apontam que o crescimento econômico está associado ao aumento da intensidade ecológica do bem-estar para o Brasil como um todo para o período analisado. Quando observados os resultados para as regiões, identifica-se que as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste replicam este efeito. As regiões Sul e Sudeste não confirmam tal resultado.

Biografia do Autor

Ely José de Mattos, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Curso de Economia.

Professor do Programa de Pós-Graduação em Economia da PUCRS.

Camila Horst Toigo, Doutora em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Doutora em Economia pelo Programa de Pós-Graduação em Economia da PUCRS.

Osmar Tomaz de Souza, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Curso de Economia.

Professor do Programa de Pós-Graduação em Economia da PUCRS

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Publicado

2020-10-27

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Artigos