Os determinantes do comércio intraindústria entre o Brasil, a União Europeia e a China, no período de 2006 a 2017: uma aplicação do modelo gravitacional
DOI:
https://doi.org/10.5007/2177-5230.2020v35n77p695Resumo
O objetivo deste trabalho é identificar os determinantes do comércio intraindústria (CII) entre o Brasil, a União Europeia e a China, no período de 2006 a 2017. Para isso, utilizou-se o modelo gravitacional do comércio com dados em painel por Mínimos Quadrados Ordinários e por Poisson Pseudo-Maximun-Likelihood (PPML). Os dados foram coletados nos sítios do Comex Stat, Worl Bank e do CEPII. Em relação aos resultados alcançados, constatou-se que o comércio intraindústria brasileiro com a União Europeia e a China é baixo e apresentou queda ao longo do período analisado. Em relação aos determinantes, averiguou-se que o custo de comércio afeta negativamente este comércio, ou seja, quanto maiores são os custos de comercialização entre o Brasil e seus parceiros comerciais, menor tende a ser o CII entre eles. Por outro lado, o tamanho econômico, a similaridade de renda e o grau de abertura do parceiro comercial afetam de forma positiva o CII do Brasil com os parceiros analisadosReferências
AMANN, J. C.; STONA, F.; GEWEHR, A. C. Comércio intraindustrial brasileiro com países desenvolvidos e em desenvolvimento: análise do período 1997-2013 Revista de Economia, v. 43, n. 1 (ano 40), jan./abr. 2016.
ANDERSON, J. A Theoretical Foundation for the Gravity Equation. American Economic Review, American Economic Association, Nashville, v. 69, n. 1, 1979.
ANDERSON, J.; van WINCOOP, E. Trade costs. National Bureau of Economic Research (NBER), working paper nº 10.480, 2004.
ANDERSON, J.; WINCOOP E. Gravity with Gravitas: A Solution to the Border Puzzle. American Economic Review, American Economic Association, Nashville, v. 93, n. 1, 2003. Disponível em: https://www2.bc.edu/james-anderson/BorderEffects.pdf. Acesso em: set. 2018.
BALASSA, B. “Tariff reductions and trade in manufactures among the industrial countries” American Economic Review, June 1966, 56 (2), p. 466-473.
BALDWIN, R. TAGLIONI, D. Gravity for Dummies and Dummies for Gravity Equations. National Bureau of Economic Research. Cambridge, MA. NBER Working Paper 12516. 2006.
BALTAGI, B. Econometric analysis of panel data. John Wiley & Sons, New York, [SI] 2008.
BALTAR, C. Comércio exterior inter e intraindustrial:Brasil 2003-2005. Economia e Sociedade, Campinas, v. 17, n. 1 (32), p. 107-134, abr. 2008.
BANCO MUNDIAL. World Development Indicators Online (WDI). Disponível em: http://www.worldbank.org/. Acesso em: set. 2018.
BERGSTRAND, J. H. The Generalized Gravity Equation, Monopolist Competition, and the Factor-Proportions Theory in International Trade. Review of Economics and Statistics. V. 67, n. 3, 474-481, 1985. Disponível em: http://people.hss.caltech.edu/~camerer/SS280/gravitytrade.pdf. Acesso em: out. 2018.
BOYRIE, M.; & KREININ, M. “Intra-Industry Trade Revisited: a note”. Open Economies Review. 23(4), 741-745, 2012.
CARMO, A. S. S. Comércio Inter e Intra-Indústria, Qualidade, Similaridade e Diversificação da Pauta de Exportação: Ensaios sobre o Comércio Internacional Brasileiro. 138 pgs. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Econômico) – Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2014.
CARMO, A. S. S.; BITTENCOURT, M. V. L. O comércio intraindustrial entre Brasil e os países da OCDE: decomposição e análise de seus determinantes. Análise Econômica, Porto Alegre, ano 31, n.60, p.35-58, set. 2013.
CASTELLANO, E.F. A.; OLIVEIRA, C.A; BITTENCOURT, M.V.L. Análise da qualidade do comércio entre Brasil e os países da OCDE. Encontro de Economia Da Região Sul – Anpec Sul,22, 2019, Maringá, PR.
CEPII. Research and Expertise on The World Economy. Disponível em: www.cepii.fr/CEPII/en/welcome.asp >. Acesso em: set. 2018.
CHENG, I.; WALL, H. J. Controlling for Heterogeneity in Gravity Models of Trade and Integration. Federal Reserve Bank of St. Louis Review, St. Louis, v. 87, n. 1, 2004.
CIPOLLA, C. Impactos da logística sobre o fluxo de comércio internacional: uma abordagem no modelo gravitacional para o Brasil e seus principais parceiros comerciais. Dissertação (Mestrado em Economia)- Universidade Federal de São Carlos, 2013.
COMEX STAT. 2018. Dados. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Disponível em http://comexstat.mdic.gov.br/. Acesso: set. 2018.
FALVEY, R. E.; KIERZKOWSKI, H. Product quality, intra-industry trade and (im)perfect competition. In: Protection and Competition in International Trade, H. Kierzkowski (Ed.). Clarendon Press: Oxford, p. 143-161, 1987.
FEISTEL, P. R.; HIDALGO, Á. B. O Intercâmbio Brasileiro - MERCOSUL: Uma Questão do Aproveitamento das Vantagens Comparativas a Nível Regional. 2011. In: Encontro Nacional de Economia, ANPEC, 37., Foz do Iguaçu. Anais... Foz do Iguacú,2011.
FRANZEN, T.E.; DA SILVA, O.M. Os custos totais do comércio bilateral brasileiro:determinantes e evolução recente. Revista Visión Contable, v. 14, n. 14, 2016.
GRANÇO, G. Comércio Intra-indutrial Brasileiro: Análise dos determinantes através da Equação Gravitacional. 88 p. Dissertação de mestrado. Universidade de São Paulo – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Piracicaba, 2011.
GREENAWAY, D. & THARAKAN, P. K. M. Imperfect Competition and International Trade. 1ª ed. Sussex: Wheatsheaf Books, 1986.
GREENAWAY, D.; MILNER, C. R. Trade theory and the less developed countries. In (Ed.), G., editor, Surveys in Development Economics, pages 11– 55. Basil Blackwell, Oxford, 1989.
GREENE, W. H. Econometric Analysis. 7º Ed. Singapura: Pearson Education, 2012. 1056p.
GRUBEL, H. G.; LLOYD, P. J. Intra-Industry Trade: The Theory and Measurement of International Trade in Differentiated Products. London, MacMillan, 1975.
HELPMAN, E. Imperfect competition and international trade: evidence from fourteen industrialized countries. Journal of the Japanese and International Economies, 1, June, 62-81, 1987.
HELPMAN, E.; KRUGMAN, P. Market structure and foreign trade. Brighton, UK: Harvester Wheatsheaf, 1985.
HIDALGO, A. B. O intercâmbio comercial brasileiro intra-indústria: uma análise entre indústrias e entre países. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 47, n. 2, p. 243- 264, abr./jun. 1993.
HILDGERT, F. The approach to bilateralism: a change in the structure of World trade. Stockholm: Svenska Handelsbank Index:,1935, p. 175-188.
KRUGMAN, P. R. Increasing returns monopolistic competition and international trade. Journal of International Economics, n. 9, v. 4, nov. 1979.
LANCASTER, Kelvin. Intra-industry trade under perfect monopolistic competition. Journal of International Economics, 1980. p. 151-175.
LEONTIEF, W. Domestic production and foreign trade: the american capital position re-examined. Proceding of the American Philosophical Society, 97, p.332-349, 1953.
LINDER, B. An essay on trade and transportation, Wiley, New York, 1961.
LOERTSCHER, R. & WOLTER, F. Determinants of intra-industry trade: among countries and across countries. Weltwirtschaftliches Archiv, 116 (2), p. 280-293, 1980.
MAGEE, C. New Measures of Trade Creation and Trade Diversion. Journal of International Economics, v. 75, p. 340–362. 2008.
MARTINS, M.M.V. O Impacto das Medidas do Acordo de Facilitação de Comércio nos Custos Bilaterais Não Tarifários do Comércio Brasileiro. 2018. 120 p. Dissertação (Magister Scientiae) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2018.
MDIC, 2018, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – COMEX VIS. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/comex-vis/frame-pais. Acesso em: set. 2018.
MISSAGGIA, S. Z.; FEISTEL, P. R. O modelo de gravidade e o efeito fronteira: uma análise do comércio do estado do Rio Grande do Sul com os países do BRICS. XX Encontro Nacional de Economia (ANPEC), Florianópolis – SC. 2015.
MOREIRA, T.; PAULA, N, de. Evolução do comércio intraindustrial entre Brasil e Estados Unidos no período de 1997 a 2008. Revista de Economia, v.36, n.3 (ano 34), p.95 -109, set/dez, 2010.
OCE - OBSERVÁTORIO DE COMPLEXIDADE ECONÔMICA. Brasil. Disponivel em: https://oec.world/en/profile/country/bra/. Acesso em: 17 set. 2019.
OLIVEIRA, M. H. Evidências empíricas do comércio intraindustrial. Revista Brasileira de Economia, v. 40, n.3, p. 211-232, 1986.
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). “Intra-industry and intra-firm trade and the internationalisation of production”, Economic Outlook, chapter V, p. 160-170, 2002.
PAULA, J.S, DE; MIRANDA, M.I.C. Análise do padrão de comércio entre os países do BRICS. Ensaios FEE, Porto Alegre, v. 37, n. 4, p. 1005-1032, mar. 2017.
SANTOS SILVA, J. M. C.; TENREYRO S. The log of gravity. The Review of Economics and Statistics, Cambridge, v. 88, n. 4, 2006.
SARQUIS, J. B. Comércio internacional e crescimento econômico no Brasil. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2011.
SILVA, A. F.; SILVA, O. M.; ZILLI, J. B. Evolução e contribuição do comércio intraindústria para o crescimento do comércio total entre Brasil e Argentina.Revista de Economia, v. 36, n. 2(ano 34), p.7- 24, 2010.
SILVA, C.D.B.; BITTERCOURT, M.V.L. O comércio intraindustrial do Mercosul e a Volatilidade da taxa de câmbio. Anais... XX Encontro de Economia da Região Sul. 2017, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. ANPEC-Sul. 2017
SOUZA, M. J. P; BURNQUIST, H. L. Facilitação de comércio e impactos sobre o comércio bilateral. Estudos Econômicos, v. 41, n. 1, p. 91-118, 2011.
THORSTENSEN, V. et al. O Brasil frente a um mundo dividido em blocos. São Paulo: Instituto Sul-Norte, 1994.
THORSTENSEN, V. A OMC - Organização Mundial do Comércio e as negociações sobre comércio, meio ambiente e padrões sociais. Revista Brasileira de Política Internacional, v.41, n.2, pp.29-58, 1998
TINBERGEN, J. Shaping the world economy–suggestions for an international economic policy, The Twentieth Century Fund, 1962.
VASCONCELOS, C. R. F. O Comércio Brasil- Mercosul na Década de 90: Uma análise pala Ótica do Comércio Intra- Indústria. Revista Brasileira de Economia (RBE), 57 (1), p. 283-313, Rio de Janeiro, Jan/Mar. 2003.
WOOLDRIDGE, J. M., Introdução à econometria: uma abordagem moderna. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. 708 p.
WTO-WORLD TRADE ORGANIZATION. World Trade Statistical Review 2018. 2018. Disponível em: https://www.wto.org/english/res_e/statis_e/wts2018_e/wts2018_e.pdf. Acesso em: 14 set. 2019.
YEATS, A. Does Mercosur’s Trade Performance Raise Concerns about the Effects of Regional Trade Arrangements?.Policy Research Working Paper, 1729, p.33, fevereiro de 1997.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
![Licença Creative Commons](https://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.