Territorialidades dos alimentos identitários em Mucugê, Chapada Diamantina, BA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2177-5230.2024.e93037

Palavras-chave:

Alimentos identitários, Identidade, Territorialidades, Chapada Diamantina

Resumo

Este artigo tem como objetivo compreender as relações entre os alimentos identitários e as territorialidades criadas pelos sujeitos da agricultura familiar camponesa em Mucugê, Chapada Diamantina, Bahia. Busca-se, alicerçada numa abordagem qualitativa refletir sobre a identidade territorial e as territorialidades criadas no escopo da dimensão sociocultural da alimentação, alicerçada nos saberes e fazeres, da ancestralidade e da vida dos sujeitos da agricultura familiar camponesa desse território. Para viabilizar o estudo, primou-se pela realização de pesquisa de campo com vivências in loco, entrevistas, registro fotográfico e degustação. As reflexões de pesquisa possibilitaram identificar o arroz vermelho, a araruta e o godó como alimentos com referências culturais do território, uma vez que são emblemáticos na identidade territorial de Mucugê. Apreender essas relações de trocas, materiais e simbólicas, entre esses sujeitos sociais no contexto da alimentação possibilitou um vislumbre do elo construído que, não raramente, se multiplicam entre os agricultores e consumidores no cotidiano e impulsiona a construção de territorialidades.

 

 

Biografia do Autor

Débora Paula de Andrade Oliveira, Universidade Estadual de Santa Cruz

Professora Assistente no Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais (DCAA) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Cursou Licenciatura Plena e Mestrado Acadêmico em Geografia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Professora do Colégio Estadual do Iguape - Ilhéus - NTE 05/SEC-BA. Membro do grupo de pesquisa Análise, Planejamento e Gestão Territorial (APLAGET-CNPq) e do Grupo de estudos e pesquisas em alimentos e manifestações tradicionais (GRUPAM). Participou do Projeto PROMOB: Análise das novas territorialidades no espaço rural nos estados de Sergipe, Minas Gerais e Goiás financiado pelo Edital CAPES/FAPITEC N 10/2016 (PROMOB). Coordenadora do Projeto de Extensão GEOTECNOLOGIAS E CARTOGRAFIA DA AÇÃO SOCIAL PARA A CONSTRUÇÃO DA EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA. Vice coordenadora do Laboratório de Ensino de História e Geografia (LAHIGE).

Sônia Menezes, Universidade Federal de Sergipe

Professora Associada III do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Sergipe. Doutorado, Mestrado e Licenciatura em Geografia UFS. Realizou o Estágio Pós-doutoral no período de 06/2019 a 06/2020 no Laboratório dos Estudos Territorias -Laboter, vinculado ao Instituto de Estudos Socio Ambientais - IESA na Universidade Federal de Goiás. Coordenou o Programa de Pós-Graduação em Geografia no biênio 2017-2019. Foi Coordenadora adjunta do PPGEO no biênio 2019-2021. Atualmente é Coordenadora Adjunta do Programa de Pós-Graduação em Geografia/UFS. Coordenou os Programas PIBID no período de 2015-2018 e Residência Pedagógica 2018-2019. Participa como membro do Conselho Editorial da Revista Geonordeste. É líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alimentos e Manifestações Tradicionais-GRUPAM/UFS/CNPq. Integra a Rede de Estudos Agrários- REA(UNESP-Rio Claro-SP; UNIFAL- Alfenas-MG; UNIMONTES- Montes Claros-MG; UFS-SE). É membro da Rede Sergipana de Agroecologia -RESEA. Coordena pesquisas relacionadas aos estudos sobre a produção, circulação e consumo de alimentos; SIAL-Sistema Agroalimentar Localizados; Soberania e Segurança Alimentar Nutricional; Agroecologia; Geografia cultural e Ensino da geografia. Coordenou o Projeto PROMOB: Análise das novas territorialidades no espaço rural nos estados de Sergipe, Minas Gerais e Goiás financiado pelo Edital CAPES/FAPITEC N 10/2016 - PROMOB.

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Publicado

2024-08-13

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Artigos