Composição e estrutura vegetacional de formações florestais não inundáveis do Pantanal do Abobral, Mato Grosso do Sul
DOI:
https://doi.org/10.5007/2177-5230.2022.e83899Palavras-chave:
Planície de inundação, Capão, Cordilheira, Pirâmida de vegetaçãoResumo
As formações florestais não inundáveis do Pantanal, localmente conhecidas como cordilheiras e capões, contribuem para a manutenção da biodiversidade. Este estudo objetivou analisar a composição vegetacional e estrutura vertical de duas cordilheiras e um capão no Pantanal do Abobral, Mato Grosso do Sul. Nas três áreas amostrais, foi realizada a coleta e identificação do material botânico dos estratos herbáceo, arbustivo/subarbustivo e arbóreo e elaboração de pirâmides de vegetação. As formações apresentaram característica de floresta secundária, com estrutura vertical e dinâmicas distintas, influenciadas pelo manejo e ocupação da área, como a presença de gado, passagem de fogo e retirada seletiva de madeira, indicando que, embora aparentemente preservadas, essas áreas sofrem influência de ações antrópicas em suas dinâmicas biogeográficas.
Referências
ALHO, C. J. R. Biodiversity of the Pantanal: response to seasonal flooding regime and to environmental degradation. Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 68, n. 4, p. 957-966, 2008.
ALHO, C. J. R.; SABINO, J. A conservation agenda for the Pantanal’s biodiversity. Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 71, n. 1, p. 327-335, 2011.
ALHO, C. J. R.; MAMEDE, S. B.; BENITES, M.; ANDRADE, B. S.; SEPÚLVEDA, J. J. O. Threats to the biodiversity of the brazilian Pantanal due to land use and occupation. Ambiente & Sociedade, São Paulo, v. 22, p. 1-22, 2019.
ALLEM, A. C.; VALLS, J. F. M. Recursos forrageiros nativos do Pantanal mato-grossense. Brasília: Embrapa Cenargen, 1987. (Documentos, 8).
ANDRADE, B. S.; SILVA, M. H. S.; OLIVEIRA, A. K. M.; ALHO, C. J. R. Análise espaço-temporal das mudanças na cobertura vegetal e uso da terra de 1995 a 2015 no Pantanal do Abobral, Mato Grosso do Sul. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, v. 3, n. 42, p. 101-121, 2020.
BERTRAND, G. Pour une étude géographique de la végétation. Revue Geographique des Pyrénées et du Sud-Ouest, Toulouse, v. 37, p. 129-145, 1966.
BRAUN-BLANQUET, J. Fitosociologia: bases para el estudio de las comunidades vegetables. 3ed. Madrid: H. Blume Ediciones, 1979.
CASTRO, W. J. P.; SALIS, S. M. Fitossociologia de um Campo Cerrado no Pantanal da Nhecolândia, Corumbá, MS. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2012. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 119).
COLEY, P. D. Interspecific variation in plant anti-herbivore properties: the route of habitat quality and disturbance. New Phytologist, Lancaster, v. 106, p. 251-263, 1987.
COSTA, C. P.; CUNHA, C. N.; COSTA, S. C. Caracterização da flora e estrutura do estrato arbustivo-arbóreo de um cerrado no Pantanal de Poconé-MT. Biota Neotropica, Campinas, v. 10, n. 3, p. 61-73, 2010.
SILVA, M. H. S. Pirâmides de vegetação como estratégia metodológica para análise biogeográfica. In: DIAS, L. S.; GUIMARÃES, R. B. Biogeografia: conceitos, metodologias e práticas. Tupã: ANAP, 2016. p. 51-77.
CUNHA, N. G.; POTT, A.; GONÇALVES, A. R. Solos calcimórficos da sub-região do Abobral, Pantanal Mato-Grossense. Corumbá: Embrapa Pantanal, 1986. (Circular Técnica, 19).
DAMASCENO JÚNIOR, G. A.; BEZERRA, M. A. O.; BORTOLOTTO, I. M.; POTT, A. Aspectos florísticos e fitofisionômicos dos capões do Pantanal do Abobral. In: Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio-econômicos do Pantanal, 2, Corumbá. Anais… Corumbá. Embrapa Pantanal, 1999. p. 203-214.
FAHRIG, L. Effects of habitat fragmentation on biodiversity. Annual Review of Ecology, Evolution and Systematics, v. 34, n. 1, p. 487-515, 2003.
FIGUEIRÓ, A. S. Biogeografia, Historicidade e Episteme: notas para a compreensão de uma natureza híbrida no Antropoceno. Revista Humboldt, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 1-35, 2021.
GUARIM NETO, G. Plantas do Brasil: Angiospermas de Mato Grosso, Pantanal. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 25-47, 1991.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.
INSTITUTO SOS PANTANAL; WWF-BRASIL. Monitoramento das alterações da cobertura vegetal e uso do solo na Bacia do Alto Paraguai, Porção Brasileira - Período de Análise: 2012 a 2014. Brasília: Instituto SOS Pantanal/WWF-BRASIL, 2015.
LIMA, R. A. F. Estrutura e regeneração de clareiras em Florestas Pluviais Tropicais. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 28, n. 4, p. 651-670, 2005.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, vol. 1. 6ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2014.
MORAIS, R. F.; SILVA, E. C. S.; METELO, M. R. L.; MORAIS, F. F. Composição florística e estrutura da comunidade vegetal em diferentes fitofisionomias do Pantanal de Poconé, Mato Grosso. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 64, n. 4, p. 775-790, 2013.
NEGRELLE, R. R. B. Attalea phalerata Mart. ex Spreng.: Aspectos botânicos, ecológicos, etnobotânicos e agronômicos. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 25, n. 4, p. 1061-1066, 2015.
PARANHOS FILHO, A. C.; MOREIRA, E. S.; OLIVEIRA, A. K. M.; PAGOTTO, T. C. S.; MIOTO, C. L. Análise da variação da cobertura do solo no Pantanal de 2003 a 2010 através de sensoriamento remoto. Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, v. 19, n. especial, p. 69-76, 2014.
PASSOS, M. M. Por um estudo da evolução da vegetação - da pirâmide ao NDVI. Geosul, Florianópolis, v. 15, n. 30, p. 90-110, 2000.
PERES, P. N. P.; MIOTO, C. L.; MARCATO JUNIOR, J.; PARANHOS FILHO, A. C. Variação da cobertura do solo no Pantanal de 2000 a 2015 por sensoriamento remoto com software e dados gratuitos. Anuário do Instituto de Geociências, Rio de Janeiro, v. 39, n. 2, p. 116-123, 2016.
POTT, A.; POTT, V. J. Plantas do Pantanal. Corumbá: Embrapa Pantanal, 1994.
POTT, A.; OLIVEIRA, A. K. M.; DAMASCENO JÚNIOR, G. A.; SILVA, J. S. V. Plant diversity of the Pantanal wetland. Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 71, n. 1, p. 265-273, 2011.
QUEIROZ, R. F. P.; CORRÊA, G. R.; GRADELLA, F. S.; ROSA, G. P. Gradiente edáfico define as fitofisionomias do Pantanal do Abobral, Brasil. Oecologia Australis, Rio de Janeiro, v. 23, n. 4, p. 730-743, 2019.
RAGUSA-NETTO, J.; FECCHIO, A. Plant food resources and the diet of a parrot community in a gallery forest of the southern Pantanal (Brazil). Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 66, n. 4, p. 1021-1032, 2006.
RAVAGLIA, A. G.; SANTOS, S. A.; PELLEGRIN, L. A.; RODELA, L. G.; SILVA, L. C. F. Classificação Preliminar das Paisagens da Sub-região do Abobral, Pantanal, Usando Imagens de Satélite. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2010. (Comunicado Técnico, 82).
SAKUMA, Z. M.; HALL, C. F.; SILVA, M. H. S. Vegetation pyramids applied to the analysis of dense forest units in the Pantanal of Abobral. RA’EGA, Curitiba, v. 8, n. 2, p. 109-128, 2020.
SALIS, S. M.; POTT, V. J.; POTT, A. Fitossociologia de formações arbóreas da Bacia do Alto Paraguai. In: Simpósio sobre Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal: Manejo e Conservação, Corumbá. Anais... Corumbá: Embrapa Pantanal, 1999. p. 357-374.
SCREMIN-DIAS, E.; LORENZ-LEMKE, A. P.; OLIVEIRA, A. K. M. The floristic heterogeneity of the Pantanal and the occurrence of species with different adaptive strategies to water stress. Brazilian Journal of Biology, v. 71, n. 1, p. 275-282, 2011.
SILVA, J. S. V.; ABDON, M. M. Delimitação do Pantanal brasileiro e suas sub-regiões. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 33, n. especial, p. 1703- 1711, 1998.
SILVA, M. H. S. Pirâmides de vegetação como estratégia metodológica para análise biogeográfica. In: DIAS, L. S.; GUIMARÃES, R. B. Biogeografia: conceitos, metodologias e práticas. Tupã: ANAP, 2016. p. 51-77.
SILVA, M. H. S.; GRADELLA, F. S.; DECCO, H. F. Estudo Comparativo das variações microclimáticas em distintas unidades da paisagem no Pantanal do Abobral em Mato Grosso do Sul. Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros - Seção Três Lagoas, Três Lagoas, n. 26, p. 186-199, 2017.
SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. 2ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.