Desemprego sob restrição de demanda agregada em Keynes: o que dizer do longo prazo?

Autores

  • Vivian Garrido Moreira Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/2177-5230.2022.e85727

Palavras-chave:

Keynes, Desemprego, Longo-prazo, Grau de utilização

Resumo

J.M.Keynes em sua notória “Teoria Geral” trabalha dentro de um horizonte temporal / analítico de “curto prazo”, na medida em que o estoque de capital da economia é mantido constante. Alternativamente, dentro de um horizonte no qual o estoque de capital pode variar, este ensaio repensa o quadro de “armadilha da liquidez”, observando suas consequências sobre o nível de emprego, bem como sobre o nível de utilização da capacidade produtiva da economia. Pautando-se na lógica interna da “Teoria Geral”, conclui-se que a restrição keynesiana de demanda será mantida no “longo prazo”, porém através da redução do estoque de capital e não através do desemprego, recuperando assim a possibilidade de pleno-emprego, mesmo num cenário de incerteza keynesiana.

Biografia do Autor

Vivian Garrido Moreira, Universidade de São Paulo

Economista formada pela UERJ com mestrado em Economia da Industria e da tecnologia pela UFRJ e doutorado em Economia do Desenvolvimento pela FEA-USP

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Publicado

2022-09-21

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Artigos