Plano Real: uma crítica aos saudosistas do período FHC

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2177-5230.2025.e105908

Palavras-chave:

Neoliberalismo, Plano Real, FHC, Subdesenvolvimento, Rentismo

Resumo

Aproveitando-se dos 30 anos de implantação do Plano Real recém-completados em 2024, este artigo realiza uma análise crítica do seu início, recorrendo a aspectos centrais que foram colocados em prática nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-1998; 1999-2002), mas oportunamente esquecidos na grande imprensa brasileira na recente comemoração do suposto êxito do Plano Real. Durante os oito anos de FHC, houve a construção de alicerces do Plano baseados em uma gestão macroeconômica que beneficiou principalmente os rentistas e deixou a maioria da população brasileira com dificuldades para melhoria de sua renda e emprego, com avanços da pobreza e da desigualdade social. Entende-se que o Plano Real deve ser analisado por questões que lhe deram e seguem lhe dando sustentação, que vão além da ideia de sua perpetuação estar relacionada meramente ao controle da inflação.

Biografia do Autor

Carlos Henrique Lopes Rodrigues, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)

Professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Departamento de Ciências Econômicas, Coordenador do Grupo de Estudos em Desenvolvimento Econômico Brasileiro (GEDEB/UFVJM). 

Vanessa Follmann Jurgenfeld, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Professora da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Filosofia e Ciências, Departamento de Ciências Políticas e Econômicas. Vice-Coordenadora do Grupo de Estudos em Desenvolvimento Econômico Brasileiro (GEDEB/UFVJM). 

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2025-09-17

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Artigos