Foz do Iguaçu como território reticulado: redes, fronteiras e disputas cognitivas na era da plataformização
DOI:
https://doi.org/10.5007/2177-5230.2025.e107387Palavras-chave:
Território reticulado, Neuroterritorialização, Biopoder, Plataformização, Tríplice fronteiraResumo
O presente artigo analisa Foz do Iguaçu com base no conceito de território reticulado, articulando sua gênese histórica com as transformações técnico-científico-informacionais que reconfiguram o espaço urbano na contemporaneidade. Partindo da ocupação do oeste paranaense – marcada por missões jesuíticas, ciclos extrativistas e empresas colonizadoras –, o estudo evidencia como a cidade se transforma em um nó logístico e cognitivo na Tríplice Fronteira. A análise incorpora os conceitos de biopoder (Foucault), psicopolítica (Byung-Chul Han) e território (Milton Santos), revelando a sobreposição de camadas materiais e imateriais que constituem novos territórios funcionais mediados por plataformas digitais, redes técnicas e dispositivos de vigilância. O artigo conclui que Foz do Iguaçu condensa os dilemas da urbanização globalizada: desigualdade, controle algorítmico e disputa por visibilidade e cidadania.
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