Uma revisão da Engenharia do Conhecimento: Evolução, Paradigmas e Aplicações

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Mara Abel
Sandro Rama Fiorini

Resumo

A Engenharia do Conhecimento define metodologias e ferramentas para adquirir e modelar conhecimento com a finalidade de torna-lo independente das pessoas, formalizá-lo e permitir a apropriação por organizações ou sistemas. Desta forma, atende os objetivos da Gestão do Conhecimento. A Engenharia do Conhecimento tem seu foco na criação de modelos formais de um comportamento de solução de problemas contruídos a partir da racionalização da solução observada. Esses modelos são definidos em dois níveis: o nível do conhecimento é voltado a compreensão dos modelos pelas pessoas; o nível simbólico busca a mecanização deste modelo voltado para a eficiência na máquina. O conhecimento, objeto da modelagem, é definido na Ciência da Cognição como um padrão de estados internos que correspondem, cada um, a um estado do universo. A Ciência da Computação argumenta que esses padrões podem ser estados internos de um computador, justificando, assim, que a habilidade inerentemente humana de reter e aplicar conhecimento pode ser exercida pelos computadores. Porém, os estados internos de um computador só encontram sua relação com os estados do universo através da cognição humana. O conhecimento é representado por um componente descritivo, que representa as coisas do mundo e um componente dinâmico que extrai novas informações daquelas representadas. Atualmente, a abordagem mais utilizada para representar o componente descritivo são ontologias associadas a modelos de domínio. Ontologias descrevem o significado dos vocabulários compartilhados do domínio, enquanto modelos de conhecimento descrevem as instâncias e particularidades do problema em foco. Por sua vez, o componente dinâmico é descrito através dos métodos de solução de problemas. Ontologias tem se mostrado a abordagem de maior sucesso da Engenharia de Conhecimento. Aplicações de WEB semântica, sistemas especialistas, integração de sistemas, portais de conhecimento atestam a utilidade da representação do conhecimento em modelos formais, que é o objetivo da Engenharia do Conhecimento.

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Seção
Engenharia do Conhecimento
Biografia do Autor

Mara Abel, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Geologia pelo Instituto de Geociências (1982), mestrado em Computação pelo Instituto de Informática (1988) e doutorado em Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001). É professora associada do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Coordenou o Programa PRIME na UFRGS que permitiu a criação de 98 empresas de base tecnológica. Foi um dos membros do Comitê de Estruturação do Parque Tecnológico da UFRGS e atualmente é membro da Diretoria Executiva do Parque. É coordenador da UFRGS na Rede de Pesquisa em Modelagem de Bacias da PETROBRAS. Fundou a empresa ENDEEPER, comoum spin off do Grupo de Banco de Dados Inteligentes que coordena. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Inteligência Artificial, atuando principalmente nos seguintes temas: Gestão e Engenharia do Conhecimento, desenvolvimento de Ontologias, especialmente aplicados a Geologia de Petróleo

Sandro Rama Fiorini, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação e mestrado em Ciências da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atuou como engenheiro de software pela empresa ENDEEPER e como professor substituto na UFRGS. Atualmente, é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Computação (PPGC) da UFRGS, tendo completado estágio de doutoramento no grupo de Ciências Cognitivas da Universidade de Lund, Suécia. Sua pesquisa tem foco em representação de conhecimento e raciocínio, com ênfase em aspectos ligados ao problema do ancoramento simbólico e abordagens de representação baseadas em espaços conceituais