O Poder e o Território do Bandido: Reflexões sobre Lampião, o Rei do Cangaço

Autores

  • Ana Claudia Duarte Rocha Marques PPGAS Museu Nacional
  • Jorge Luiz Villela PPGAS Museu Nacional

Resumo

Tomando-se em conta o solo sócio-cultural do sertão nordestino, com suas implicações históricas, políticas e econômicas, procurou-se estabelecer as relações entre as redes sociais a partir daí geradas e as condições de vida de uma parte da sociedade sertaneja, a sociedade armada. Os laços políticos e pessoais, fruto do tecido social ali criado possibilitou e exigiu que grupos de homens ligados a potentados locais formassem em torno destes últimos uma sorte de exército privados - por assim dizer -, de existência intermitente ou não, promovendo, através disso, a proteção de seu chefe e sua própria. Em certos casos, como os de Lampião, estes exércitos estiveram livres do jogo de patrões e organizaram à sua maneira o seu território ao sabor de alianças políticas que lhes eram favoráveis. O artigo propõe o estabelecimento de uma dupla determinação entre as alianças políticas de Lampião e a sua produção territorial.

Biografia do Autor

Ana Claudia Duarte Rocha Marques, PPGAS Museu Nacional

Possui graduação em Antropologia pela Universidade Nova de Lisboa (1992) , especialização em Anthropologie de l Espace pela Université de Franche Comté (1993) , mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (1995) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001) . Atualmente é Professor doutor da Universidade de São Paulo e Membro de corpo editorial da R@U- Revista de Antropologia Social do PPGAS-UFSCAR. Tem experiência na área de Antropologia , com ênfase em Antropologia Rural. Atuando principalmente nos seguintes temas: sertão do Nordeste, conflitos, família, honra, política e clientelismo.

Jorge Luiz Villela, PPGAS Museu Nacional

Possui graduação em Antropologia Social e Cultural pela Universidade Nova de Lisboa (1992), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (1995) e doutorado em Antropologia Social pelo PPGAS-/Museu Nacional-UFRJ (2003). Atualmente é professor adunto da Universidade Federal de São Carlos, Pesquisador nível 2 do CNPq, pesquisador colaborador do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (Portugal), membro do Núcleo de Antropologia Simétrica e co-líder do núcleo de pesquisa Hybris. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia da Política. Atua principalmente nos seguintes temas: política, antropologia, violência, espaço e teoria antropológica. tem em andamento o projeto Memória: família, política e violência no Sertão de Pernambuco financiado pela FAPESP.

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Publicado

1999-01-01

Como Citar

MARQUES, Ana Claudia Duarte Rocha; VILLELA, Jorge Luiz. O Poder e o Território do Bandido: Reflexões sobre Lampião, o Rei do Cangaço. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 1, p. 119–138, 1999. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/14513. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos