Orientação e parceria intelectual: dilemas e perspectivas

Autores

  • Gilberto Velho Universidade Federal do Rio de Janeiro

Resumo

A relação orientador e orientando apresenta unia natureza hierárquica e busca o estabelecimento de um diálogo e parceria para a produção de conhecimento. É constituída por um inevitável grau de tensão desde que se baseia em uma desigualdade  de princípio longe de estar imune a disputas e conflitos. As afinidades entre orientador e orientando podem ser de diferentes tipos. Os interesses comuns por um objeto de investigação e a aproximação teórico-metodológico são, em grande parte, as motivações principais para a parceria, mas podem não ser suficientes em função de diferenças de atitudes e estilos pessoais. Também não é simples dosar e combinar a autoridade e as razões acadêmicas com a dimensão emocional em que afetividade, simpatias e antipatias costumam ter uma influência fundamental. Há outras variáveis que podem se tornar decisivas, ligadas à solidariedade, disciplina, pontualidade, além da confiabilidade recíproca essencial para o bom andamento de qualquer relação.

Biografia do Autor

Gilberto Velho, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduou-se em Ciências Sociais no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1968). Obteve o mestrado em Antropologia Social no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social do Departamento de Antropologia do Museu Nacional/ UFRJ (1970). Especializou-se em Antropologia Urbana e das Sociedades Complexas na Universidade do Texas, em Austin (1971). É doutor em Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo (1975). Foi coordenador do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social e chefe do Departamento de Antropologia do Museu Nacional/ UFRJ. É o atual Decano de Departamento. É membro da Academia Brasileira de Ciências. Ex-presidente da Associação Brasileira de Antropologia e da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais. Foi vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. É pesquisador Sênior do CNPq e membro da Academia Brasileira de Ciências. Também foi membro do Conselho Deliberativo do CNPq, do Conselho do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e do Conselho Federal de Cultura. É portador da Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico e Comendador da Ordem do Rio Branco. Atua na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana, Antropologia das Sociedades Complexas e Teoria Antropológica. Autor dos livros "A Utopia Urbana: um estudo de antropologia social" (1973), "Individualismo e Cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea" (1981), "Subjetividade e Sociedade: uma experiência de geração" (1986), "Duas Conferências" (em co-autoria com Otávio Velho, 1992), "Projeto e Metamorfose: antropologia das sociedades complexas" (1994), "Nobres & Anjos: um estudo de tóxicos e hierarquia" (1998) e "Mudança, Crise e Violência: política e cultura no Brasil contemporâneo" (2002). Foi organizador, entre outros, das coletâneas, "Desvio e Divergência: uma crítica da patologia social" (1974), "O Desafio da Cidade: novas perspectivas da antropologia brasileira" (1980), "Antropologia Urbana: cultura e sociedade no Brasil e em Portugal" (1999), com Karina Kuschnir, "Mediação, Cultura e Política" (2001) e "Pesquisas Urbanas: desafios do trabalho antropológico" (2003), com Gilda Santos, "Artifícios e Artefactos: entre o literário e o antropológico" (2006) e, com Luiz Fernando Dias Duarte, "Gerações, família, sexualidade" (2009) e "Juventude contemporânea: culturas, gostos e carreiras" (2010). Até o presente, orientou 61 dissertações de mestrado e 29 teses de doutorado.

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Publicado

2004-01-01

Como Citar

VELHO, Gilberto. Orientação e parceria intelectual: dilemas e perspectivas. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 6, n. 1, 2, p. 134–143, 2004. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/16599. Acesso em: 7 out. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Orientação