Antropologias em Performance

Resumo

O campo dos estudos de performance tem uma grande e variada produção interdisciplinar desde os anos 1970. No Brasil, esse campo de estudos ganhou mais impulso na antropologia nos anos 1990 e as produções nessa área refletem o heterogêneo leque de fontes teóricas e perspectivas disciplinares que dão forma aos estudos de performance. É possível identificar nos estudos em performance produzidos no Brasil um conjunto de autores cuja produção teórica sobre ritos, rituais e teatro tem tido influência mais marcante nos diversos núcleos de pesquisa. Dentre esses autores, podemos destacar, notadamente, os nomes de Victor Turner, Richard Schechner e Stanley Tambiah. A influência de filósofos como Walter Benjamin e J. L. Austin é também marcante, e há um nascente interesse pelos estudos, advindos principalmente da antropologia americana, sobre linguagem e performance. Esta última vertente é menos conhecida no Brasil, mas é, no entanto, um campo de pesquisa com grande e variada produção no exterior desde a década de 1970. Advindo da confluência de preocupações teóricas e etnográficas dos estudos de folclore, sociolinguística
e antropologia, esse campo é marcado pelos trabalhos seminais de Richard Bauman e aponta para a poética e a performance como perspectivas críticas para refletirmos sobre a linguagem e a vida social (Bauman e Briggs, 2008).