Identidades negadas, identidades construídas: processos identitários e conflitos territoriais na Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2009v11n1-2p219Resumo
Este texto focaliza a emergência domovimento de reelaboração das identidades indígenas que despontou no final da década de 1990 entre grupos que se encontram na área de duas reservas de proteção ambiental, na região do baixo Rio Tapajós, no estado do Pará: na Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós), criada em 1974, e na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (Resex Tapajós-Arapiuns), criada em 1998. Reivindicando pertencimentos a etnias já consideradas extintas na região, tais como Arapium, Maytapu, Tupaiú, Tupinambá, Cara-Preta, Arara Vermelha e Mundurucu, esses grupos têm engendrado um processo de reconstrução das suas identidades indígenas e antigas tradições culturais, retomando manifestações rituais, língua, pinturas corporais, assim como construído novas formas de organização política assentadas em bases étnicas. A análise dos elementos motivadores e constitutivos desse processo demonstra que a sua dinâmica está inserida em um campo de disputas sobre os domínios identitários e territoriais que se conformou a partir de década de 1970, as quais são apreendidas em três momentos: 1) caboclo e tentativas de expulsão das terras; 2) população tradicional e reservas ambientais; e 3) indígenas e ‘terra indígena’. Assim, apresenta a emergência do movimento de reafirmação étnica e cultural resultando da resistência empreendida às formas de identificação oficialmente atribuídas, e da determinação em assegurar não só a posse dos territórios, mas, principalmente, a autonomia sobre eles e seus modos de uso.
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