Colecionando museus como ruínas: percursos e experiências de memória no contexto de ações patrimoniais
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2012v14n1-2p17Resumo
O ensaio focaliza o tema do patrimônio e dos museus no contexto do Ocidente moderno, chamando a atenção para o fato de que a centralidade da noção de patrimônio que se afirmou durante os séculos XIX e XX caminhou lado a lado com o paradigma oculocêntrico da sociedade moderna: o sentido da visualidade terá a primazia sobre os demais. A ação patrimonial teve como marca fundante a noção de que o objeto da preservação e da restauração não seria nunca um objeto total, mas uma seleção limitada e intencional. Este movimento fez com que todos os chamados patrimônios expressassem também ruínas. Ao selecionar um aspecto de memórias múltiplas e polissêmicas e ao concentrar os esforços para iluminar este único aspecto, o movimento de patrimonialização seria também um movimento de apagamento. Desse modo, o artigo chama a atenção para o fato de que, como ruínas, os bens tombados ocultam também diversas ocupações e usos sociais. Com base na metáfora do “flâneur” e na proposta de recuperação da noção de experiência com base num novo colecionismo, a autora propõe uma metodologia de pesquisa (a etnografia dos percursos) para estudar os museus do Estado do Rio de Janeiro como ruínas.
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