Domesticando o Humano: para uma antropologia moral da proteção animal
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2015v17n2p75Resumo
Este artigo examina o campo da proteção animal em Porto Alegre (RS) desde um ponto de vista antropológico e etnográfico. Compreendemos que as contemporâneas iniciativas de resgate, adoção e proteção de animais de companhia em situação de risco e abandono, levadas a cabo por organizações não governamentais e múltiplas redes voluntárias, revelam a emergência de novas sensibilidades e moralidades para com os animais não humanos em contextos “pós-domésticos” (Bulliet 2005), reconfigurando as fronteiras entre o público e o privado, a esfera da intimidade e das políticas públicas. Por fim, concluímos que o exercício de domesticação contido nestas iniciativas é uma via de mão dupla: por um lado, tenta-se disciplinar e higienizar o espaço público e a conduta dos acolhedores de animais; por outro, busca-se educar os seres humanos para o convívio com membros não humanos das famílias, tornando-os responsáveis (em sentido moral, psicológico e legal) pelas suas novas famílias multiespecíficas.
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