Guerreiro Ramos in the United States: his life through the lens of political exile
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2016v18n1p207Resumo
Neste artigo são explorados os anos de exílio de Guerreiro Ramos nos Estados Unidos (1966-1982), questionando como um intelectual esquerdista brasileiro, de ascendência africana, lidou com o clima social e político dos Estados Unidos nesse período. O foco está em duas questões: sua carreira na Escola de Administração Pública da University of Southern California (USC), onde ele permaneceu até sua morte, e sua relação, como um brasileiro de cor, com a política racial radical nos Estados Unidos nesse período. Argumenta-se que, na USC, o pragmatismo e a habilidade de Guerreiro Ramos de produzir sucesso em circunstâncias adversas, aprendidos durante sua carreira no Brasil, possibilitaram-lhe fazer o mesmo na USC – transformar a adversidade do exílio em um sucesso criativo equiparável. Seu brilho e carisma como intelectual e como professor granjearam-lhe admiração, respeito, popularidade e uma carreira acadêmica segura. Sua criatividade e abertura a novas ideias permitiram-lhe abraçar o campo da sociologia americana, mesmo quando continuava a se opor ao imperialismo americano e a trazer a sociologia para a crítica da administração pública americana. Quanto a sua relação com a política racial americana desse período, mesmo no Brasil, ele já havia se afastado do engajamento anterior com as questões raciais e isso continuou nos Estados Unidos. A especulação aqui é que sua identidade como um estrangeiro exótico o protegeu de sofrer, diretamente, a discriminação racial direcionada aos afro-americanos. Finalmente, seu exílio aumentou seu senso de ser um “de fora”, um “homem entre parêntesis” tanto no Brasil como nos Estados Unidos.
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