Nomes, Posições e (contra) Hierarquia: coletivos em transformação no Alto Rio Negro
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2016v18n2p57Resumo
Este artigo explora o modo e as categorias pelas quais são agenciadas as diferenças internas ao grande conjunto multiétnico e multilinguístico do noroeste amazônico e, em particular, do rio Uaupés. Na etnografia da região, essas diferenças são, normalmente, descritas como distinções de hierarquia, expressas pela atribuição de status ritual diferenciado a pessoas e coletivos de acordo com a ordem de surgimento de seus ancestrais clânicos. Em uma primeira parte do texto, foram retomadas algumas informações disponíveis nas fontes históricas dos séculos XVIII e XIX acerca da etnonímia da região. Em seguida, são elaboradas hipóteses acerca desse fenômeno a partir de um exemplo etnográfico atual. Tudo isso para sugerir que, paralelamente à profusão de nomes particulares associados à origem mítica dos clãs patrilineares, a recorrência de umas poucas categorias englobantes dizem respeito a posições instáveis e contrastivas, ora ativamente perseguidas, ora rejeitadas. Busca-se, assim, colocar em evidência uma dinâmica social na qual as diferenças hierárquicas dizem respeito, de fato, a um componente metaestável intrínseco a esse sistema, e balizado por um gradiente virtual que oscila entre humanidade e não humanidade.
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