Sentido na dança: sobre os movimentos no Arete Guasu dos Guarani do Chaco Boreal Paraguaio

Autores

  • Maria Eugenia Dominguez Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e71290

Palavras-chave:

Dança, Movimento, Ritual, Arete Guasu, Guarani

Resumo

O artigo descreve a danc?a e os movimentos no principal ritual dos guarani do Chaco boreal paraguaio: o arete guasu. Por meio de uma descric?a?o detalhada da festa, se analisam os sentidos performativos da danc?a, dos movimentos e do rito como um todo. Por sentido performativo refere-se a aos efeitos da forma e da este?tica particular do rito nesse contexto histo?rico e social. Desse modo, e em dia?logo com a antropologia e a etnomusicologia que tratam das artes e rituais dos povos guarani falantes, se pontuam algumas caracteri?sticas que definem as especificidades culturais dos guarani chaquenhos.

Biografia do Autor

Maria Eugenia Dominguez, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina

Professora associada do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGAS/UFSC) e do Departamento de Antropologia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH/UFSC). Graduada em antropologia social pela Universidade de Buenos Aires (Argentina); é mestre e doutora em antropologia social pela UFSC (2009). Realizou pós-doutorado na Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha) como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e no Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA) do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade de São Paulo (USP). Pesquisadora do Núcleo de Estudos Arte, Cultura e Sociedade na América Latina e Caribe (MUSA/UFSC/CNPq). Pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Brasil Plural (INCT-IBP/CNPq).

Referências

AFFONSO, Ana Maria Ramo; LADEIRA, Maria Inês. (org.). Guata Porã/Belo Caminhar. São Paulo: Centro de Trabalho Indigenista, 2015.

AUSTIN, John L. How to Do Things with Words. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1962.

CAPDEVILA, Luc et al. Los hombres transparentes. Indígenas y militares en la guerra del Chaco (1932-1935). Cochabamba: Instituto de Misionologia, 2010.

CARVALHO, Rodrigo Amaro de. Rimas de Si, Batidas de Outrem (e Vice-Versa): estratégias de visibilidade e regimes de alteridade dentre os rappers kaiowá (Reserva Indígena de Dourados/MS). 2018. 310. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.

CHAMORRO, Graciela. Panambizinho – lugar de cantos, danças, rezas e rituais kaiowa. Dourados: FUNDECT, 2017

CHAMORRO, Graciela. A arte da palavra cantada na etnia kaiowa. Bulletin de la Société Suisse des Américanistes, [s.l.], v. 73, p. 43-60, 2011.

CHAMORRO, Graciela. Kurusu ñe’ẽngatu: palabras que la historia no podría olvidar. Asunción: Ceaduc, 1995.

CHAMORRO, Graciela. Ñemongo’i. Dourados: UFGD, 2014. CHAMORRO, Graciela. Okaraguyje Taperendy. Dourados: UFGD, 2020.

CITRO, Silvia, CERLETTI, Adriana. Las danzas aborígenes siempre fueron en ronda. Música y danza como signo identitario en el Chaco argentino. In: CITRO, S.; ASCHIEIRI, P. (org.), Cuerpos en movimiento: antropología de y desde las danzas. Buenos Aires: Biblos, 2012. p. 139-168.

CLASTRES, Hélène. Terra sem mal: o profetismo tupi-guarani. São Paulo: Brasiliense, 1978.

COELHO, Luis F. H. Canções guarani entre os nhandeva da aldeia de Biguaçu, SC. 1999. 84. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura) – Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 1999.

COELHO, Luís Fernando Hering. Música indígena no mercado: sobre demandas, mensagens e ruídos no (des)encontro intermusical. Campos, [s.l.], v. 5, n. 1, 2004.

COMBÈS, Isabelle. Etno-historias del Isoso – Chané y chiriguanos en el Chaco boliviano (siglos XVI a XX). La Paz: PIEB-IFEA, 2005.

COMBÈS, Isabelle. Los fugitivos escondidos: acerca del enigma tapiete. Bulletin de l’Institut Français d’Études Andines, [s.l.], v. 37, n. 3, p. 511-533, 2008.

COMBÈS, Isabelle ¿Quién mato a Creveaux? Santa Cruz de la Sierra: Heterodoxia-El País, 2017.

COMBÈS, Isabelle; VILLAR, Diego. Aristocracias chané. Casas en el Chaco argentino y boliviano. Journal de la Société des Américanistes, [s.l.], v. 90, n. 2, p. 63-102, 2004.

DALLANHOL, Kátia M. 2002. Jeroky, Jerojy: por uma antropologia da música entre os Mbyá- Guarani do Morro dos Cavalos. 2002. 151p. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.

DGEEC – DIRECCIÓN GENERAL DE ENCUESTAS, ESTADÍSTICAS Y CENSOS. Tercer censo nacional de población y viviendas para pueblos indígenas: Pueblos indígenas en el Paraguay. Asunción: DGEEC, 2012.

DOMÍNGUEZ, María Eugenia. Western Chaco Flutes and Flute Players Revisited. In: LANDA, Enrique Cámara et al. (ed.). Ethnomusicology and Audiovisual Communication. Valladolid: Universidad de Valladolid, 2016. p. 115-131.

DOMÍNGUEZ, Maria Eugenia. Among Flute Players. 2018a. Disponível em: https://youtu. be/JdN2Ih1IMrg. Acesso em: 11 maio 2020.

DOMÍNGUEZ, María Eugenia. Sons, ritual e história indígena no oeste do Chaco. Ilha – Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 20, 45-66, 2018b.

DOMÍNGUEZ, María Eugenia. Um lugar onde se achar. Deslocamentos e rituais entre os guarani do Chaco boreal paraguaio. Revista de Antropologia da USP, São Paulo, v. 63 n. 2 p. 1-22, 2020.

DOMÍNGUEZ, Maria Eugenia. Pascual Toro, flautero. Revista Visagem, Belém do Pará, UFPA, 2019. Disponível em: https://grupovisagem.org/revista/edicao_v5_n1/videos1.html. Acesso em:01/04/2020.

ESCOBAR, Ticio. La belleza de los otros – Arte indígena del Paraguay. Asunción del Paraguay: Servilibro, 2012.

FERRAZ, Ana Lucia. Jajeroky: Corpo, dança e alteridade entre os Mbya Guarani. Revista de Antropologia da USP, São Paulo, v. 62 n. 2, p. 350-381, 2019.

FRITZ, Miguel. El carnaval guaraní. Suplemento Antropológico, Asunción del Paraguay, v. XXX, n. 1-2, p. 45-62, 1995.

GIANECHINNI, Doroteo. Historia natural, etnografía, geografía, lingüística del Chaco boliviano. Tarija: FIS/Centro Eclesial de Documentación, [1898] 1996.

GONZALEZ, Gustavo. Entre los chané-guaraníes de Pikuiva, Irendague y Ñambirenda. Revista de la Asociación Científica del Paraguay, Asunción del Paraguay, ano V, n. 8-9, p. 54-64, 2000.

GUILHERME, Jacqueline Cândido. Recepção musical e política: Ensaio sobre os consensos e dissensos acerca da música dos Brô Mc’s no contexto da Reserva Indígena de Dourados e entorno. Aceno – Revista de Antropologia do Centro-Oeste, Dourados, v. 5, n. 10, p. 19-38, 2018.

HEURICH, Guilherme Orlandini. Outras alegrias. Cachaça e cauim na embriaguez mbyá- guarani. Mana, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 527-552, 2015.

HIRSCH, Silvia. Narrativas visuales de los tapietes: arte mural en una comunidad indígena del norte argentino. Revista del Cisen Tramas/Maepova, [s.l.], v. 7, n. 2, p. 45-62, 2019.

LAGROU, Els. Podem os grafismos ameríndios ser considerados quimeras abstratas? In: SEVERI, C.; LAGROU, E. (org.). Quimeras em diálogo – Grafismo e figuração na arte indígena. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2014. p. 67-110.

MACEDO, Valéria. Dos cantos para o mundo. Invisibilidade, figurações da cultura e o se fazer ouvir nos corais guarani. Revista de Antropologia da USP, São Paulo, v. 55, n. 1, p. 357- 400, 2012.

MACEDO, Valéria. Tracking Guarani songs. Between villages, cities and worlds. Vibrant, [s.l.], v. 8, n. 1, p. 377-411, 2011.

MACEDO, Valeria, GALLOIS, Dominique Tilkin. Apresentação. In: GALLOIS, D. T.; MACEDO, V. (org.). Nas redes guarani: saberes, traduções, transformações. São Paulo: Hedra, 2018. p. 9-20.

MAGRASSI, Guillermo. Chiriguano-chané. Buenos Aires: Búsqueda – Centro de Artesanía Aborigen, 1981.

MARTÍNEZ, Rosalía. Tomar para tocar, tocar para tomar: música y alcohol en la fiesta jalqa. In: SÁNCHEZ, Walter (ed.). La música en Bolivia: de la prehistoria a la actualidad. Cochabamba: Fundación Simón I. Patiño, 2002. p. 413-434.

MARTÍNEZ, Rosalía. Música, movimientos, colores en la fiesta andina. Ejemplos bolivianos. Anthropologica, Lima, v. XXXIII, n. 33, p. 87-110, 2014.

MENDOZA, Zoila. La fuerza de los caminos sonoros: caminata y música en Qoyllurit’i. Anthropologica, Lima, v. XXVIII, n. 28, p. 15-38, 2010.

MENEZES BASTOS, Rafael José de. Música nas sociedades indígenas das terras baixas da América do Sul: estado da arte. Mana, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 293-316, 2007.

MONTARDO, Deisy Lucy. Através do Mbaraká: música, dança e xamanismo guarani. São Paulo: Edusp, 2009.

NINO, Bernardino de. Etnografía chiriguana. La Paz: Tipografía comercial de Ismael Argote, 1912.

PALAVECINO, Enrique. Algunas informaciones de introducción a un estudio sobre los chané. Revista del Museo de La Plata, La Plata, v. IV, p. 117-131, 1949.

PEREZ BUGALLO, Nahuel. Algunos apuntes sobre el patrimonio etno-organológico de los guaraníes de Pichanal (Salta). Folklore Latino Americano, [s.l.], v. XIII, p. 195-200, 2012.

PEREZ BUGALLO, Rubén. Estudio etnomusicológico de los chiriguano-chané de la Argentina. Cuadernos del Instituto Nacional de Antropología, Buenos Aires, n. 9, p. 221-268, Buenos Aires, 1979-1982.

PEREZ BUGALLO, Rubén. Yapuiraé Guasú (‘La gran danza’). Aproximación etnocoreológica contextual entre los chiriguano-chané. Cuadernos del Instituto Nacional de Antropología, Buenos Aires, n. 19, p.505-524, Buenos Aires, 2000-2002.

PIMENTEL, Spensy K. Novas terras sem males. In: GALLOIS, D. T.; MACEDO, V. (org.). Nas redes guarani. Saberes, traduções, transformações. São Paulo: Hedra, 2018. p. 45-64.

POMPA, Dea, COLOMBINO, Lia. 2012. Arete Guasu. El tiempo escindido. Asunción del Paraguay: Red Conceptualismos del Sur; Korekogua, 2012. Disponível em: https://youtu.be/ tXhVB_Cd3VQ. Acesso em: 20/04/2020.

RICHARD, Nicolás (org.). Mala guerra: Los indígenas en la Guerra del Chaco (1932- 1935). Asunción del Paraguay, Museo del Barro, Servilibro-Colibris, 2008.

ROCCA, Manuel. Los chiriguano chané. América Indígena, Buenos Aires, v. XXXIII, n. 3, p. 743-756, 1973.

ROCCA, Manuel; NEWBERY, Sarah. El carnaval chiriguano chané. Cuadernos del Instituto Nacional de Antropología, Buenos Aires, v. 8, p. 43-92, 1976.

RUIZ, Irma ¿Lo esencial es invisible a los ojos? Presencias imprescindibles y ausencias justificables en el paisaje sonoro ritual cotidiano mbyá-guaraní. Cuadernos de Música Iberoamericana, Madrid, v. 16, p. 59-84, 2008.

RUIZ, Irma. Aborigen, sudamericana y transgresora. La ingeniosa flauta de pan de las mujeres mbyá-guaní. TRANS-Revista Transcultural de Música, Barcelona, n. 15, 2011.

RUIZ, Irma. La conquista espiritual no consumada: Cosmología y rituales mbyá-guarani. Quito: Abya Yala, 2018.

SÁNCHEZ, Walter. La plaza tomada. Proceso histórico y etnogénesis musical entre los chiriguanos de Bolivia. Latin American Music Review, Austin, v. 19, 2: 218-243, 1998.

SÁNCHEZ, Walter. Sonidos, ruidos y silencios en las misiones franciscanas del Chaco boliviano. Revista Argentina de Musicologia, Buenos Aires, n. 2, p. 15-48, 2001.

SETTI, Kilza. Orassom – Preces Cantadas dos Mbyá-Guaranis. Revista de Música, São Paulo, v. 8, n. 1/2, p. 57-66, 1997.

STEIN, Marília. A construção sonora da pessoa: uma etnografia musical entre crianças mbyá guarani. In: LUCAS, M. E. (org.). Mixagens em campo: etnomusicologia, performance e diversidade musical. Porto Alegre: Marca Visual, 2013. p. 17-44.

STEIN, Marília. 2009. Kyringüé mboraí – os cantos das crianças e a cosmo-sônica mbyá-guarani. 2009. 309p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

SEVERI, Carlo. O espaço quimérico. Percepção e projeção nos atos do olhar. In: SEVERI, C.; LAGROU, E. (org.). Quimeras em diálogo: Grafismo e figuração na arte indígena. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2014. p. 25-66.

SOLOMON, Thomas. Mountains of Song: Musical Constructions of Ecology, Place, and Identity in the Bolivian Andes. Austin: University of Texas Press, 1997.

TORO, Juana Gladys Lescano. Contexto social y religioso del ritual arete guasu en la convivencia comunitaria de los Guarayos del Chaco Central. 2000. 67p. Tese (Ingeniería en Ecología Humana) – Universidad Nacional del Paraguay, Asunción del Paraguay, 2000.

TURNER, Victor. O processo ritual. Estrutura e Antiestrutura. Rio de Janeiro: Vozes, 2013 [1969].

VILLAR, Diego. Modelos de liderazgo amerindio: una crítica etnológica. In: SENDÓN, P. F.; VILLAR, D. (ed.). Al pie de los Andes: estudios de etnología, arqueología e historia. Cochabamba: Itinerarios Editorial, 2013. p. 11-31.

VILLAR, Diego, BOSSERT, Federico. Máscaras y muertos entre los chané. Separata. Centro Argentino de Investigaciones del Arte Argentino y Latinoamericano, Buenos Aires, Año 14, n. 19, p. 12-33, 2014.

VILLAR, Diego, COMBÈS, Isabelle (ed.). Introducción – una aproximación comparativa a las tierras bajas bolivianas – Las tierras bajas de Bolivia: miradas históricas y antropológicas. Santa Cruz de la Sierra, El País, Museo de Historia; Universidad Autónoma Gabriel René Moreno, 2012. p. 7-31.

ZINDLER, Ilona. Máscaras y Espíritus. Asunción: Ceaduc, 2006.

Downloads

Publicado

2022-05-26

Como Citar

DOMINGUEZ, Maria Eugenia. Sentido na dança: sobre os movimentos no Arete Guasu dos Guarani do Chaco Boreal Paraguaio. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 24, n. 2, p. 29–50, 2022. DOI: 10.5007/2175-8034.2022.e71290. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/71290. Acesso em: 24 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos