Entre experimentos, controvérsias e invisibilidades: a constituição do transplante de órgãos como prática terapêutica
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2021.e77278Resumo
Este artigo visa compreender o processo de constituição do transplante de órgãos como uma prática terapêutica. Partindo dos debates do campo da Antropologia da Ciência e da Técnica, destacamos alguns elementos que teriam sido fundamentais para o desenrolar deste processo, a saber: a técnica que permite ligar cirurgicamente vasos sanguíneos; os recursos farmacológicos que auxiliam no combate à rejeição do órgão transplantado e os debates acerca do conceito de morte cerebral. Estes elementos, quando agregados, culminaram na construção desta “descoberta” e permitiram a validação desta técnica. Este processo permite compreender o modo de construção de “verdades” de uma disciplina que se pretende universal e objetiva como a medicina. Por fim, argumento que esses elementos continuam agenciando o transplante e produzindo efeitos na vida das pessoas.
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