"Você não morreu ainda?" - Narrativa, experência e memória a partir do massacre do Carandiru
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e81208Palavras-chave:
Memória, Narrativa, Violência, Memorial, Massacre do CarandiruResumo
As narrativas de um evento de extrema violência elaboram um entendimento sobre uma experiência limite. É seguindo os fios tecidos pelas narrativas do Massacre do Carandiru, à luz da contribuição de autoras, como Veena Das (1999; 2007; 2011) e Carruthers (2011), que busco compreender as maneiras pelas quais sobreviventes do Massacre do Carandiru reconstruíram a experiência cotidiana e elaboraram memoriais sobre os mortos. Tendo como base de análise os livros Sobrevivente André Du Rap (do Massacre do Carandiru) (2001), de André Du Rap e Bruno Zeni, e Pavilhão 9 – Paixão e Morte no Carandiru (2002), de Hosmany Ramos, volumes que trazem a público narrativas do Massacre, realizou-se uma análise das narrativas produzidas a partir de uma etnografia da violência, de forma a buscar compreender os modos pelos quais foram elaboradas e os sentidos que carregam consigo, elaborando entendimentos pautados pela noção de experiência.
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