Os padres Alvino Bertholdo Braun e João Alfredo Rohr na história da antropologia em Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2023.e90128Palavras-chave:
Alvino Bertholdo Braun, João Alfredo Rohr, História da antropologia, Antropologia física, Arqueologia, Santa CatarinaResumo
A Histo?ria da Antropologia no Brasil normalmente assume como marco de sua institucionalizac?a?o a criac?a?o dos primeiros cursos de Cie?ncias Sociais na de?cada de 1930, relegando a um peri?odo “pre?-cienti?fico” os agentes e as instituic?o?es que antecedem esse movimento. Em Santa Catarina, apenas na de?cada de 1970, foram criados cursos de cie?ncias sociais, pore?m ja? na de?cada de 1950 houve a criac?a?o das primeiras ca?tedras em Antropologia. Nesse artigo, busca-se evidenciar o papel dos padres Alvino Bertholdo Braun e Joa?o Alfredo Rohr na formac?a?o da Antropologia em Santa Catarina, evidenciando as transformac?o?es e as rupturas desse campo na passagem da de?cada de 1950 para a de?cada de 1960. Argumenta-se que o “esquecimento” desses agentes na Histo?ria da Antropologia local deve-se a?s transformac?o?es no campo, que implicaram maior distanciamento da Igreja Cato?lica em relac?a?o a?s instituic?o?es de ensino superior, na crescente profissionalizac?a?o da Antropologia e no redimensionamento do escopo dessa cie?ncia.
Referências
ANAIS DO INSTITUTO DE ANTROPOLOGIA. Ano I. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 1968.
ANAIS DO MUSEU DE ANTROPOLOGIA. Ano III. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 1970.
BRAUN, Alvino. Relatório de Ensino de Antropologia Física. Florianópolis, SC: Faculdade Catarinense de Filosofia, 1957.
CAMPOS, Névio. Intelectuais católicos: confidentes do criador, ministros do progresso e sacerdotes da verdade. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 28, n. 55, p. 281-312, 2014.
COMERLATO, Fabiana. O legado do pe. João Alfredo Rohr S. J.: reflexões sobre sua trajetória na arqueologia brasileira. Revista Arqueologia Pública, Campinas, v. 8, n. 2 [10], p. 9-24, 2014.
COMERLATO, Fabiana. Intérpretes da arqueologia: caminhos legais para a proteção dos sambaquis de Santa Catarina em meados do século XX. Revista de Antropología del Museo de Entre Ríos, Entre Ríos, v. 6, n. 2, p. 53-63, 2021.
CORRÊA, Mariza. Ilusões de liberdade: a escola Nina Rodrigues e a Antropologia no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2013.
COSTA PINTO, Luiz; CARNEIRO, Edison. As ciências sociais no Brasil. Rio de Janeiro: Capes, 1955. (Série Estudos e Ensaios, n. 6).
CRUZ, Alfredo B. C. Concha sobre concha: o estudo e a conservação dos sambaquis na correspondência entre Luiz de Castro Faria e Pe. João Alfredo Rohr (1960-1971). 2013. Dissertação (Mestrado em História) – PPGH, UNIRIO, Rio de Janeiro, RJ, 2013.
CURY, Carlos R. J. Ideologia e educação brasileira: católicos e liberais. São Paulo: Cortez, 1988.
DALLABRIDA, Norberto. Modos de educação católica em Florianópolis: final do século XIX e meados do século XX. Revista Educação em Questão, Natal, v. 23, n. 9, p. 102-118, 2005.
FACULDADE CATARINENSE DE FILOSOFIA. Ata de fundação da FCF, Florianópolis, 8 de setembro de 1951.
FERNANDES, Florestan. A sociologia no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1977.
MICELI, Sérgio. Condicionantes do desenvolvimento das ciências sociais. In: MICELI, Sérgio. (org.). História das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo: Editora Vértice; IDESP; FINEP, 1989. v. I, p. 72-110.
OLIVEIRA, Amurabi. O ensino de ciências sociais na Faculdade Catarinense de Filosofia. Ciências Sociais Unisinos, São Leopoldo, v. 54, n. 1, p. 117-125, 2018.
OLIVEIRA, Amurabi. O ensino de Antropologia Física e Etnografia do Brasil em Santa Catarina na década de 1950. Anuário Antropológico, Brasília, v. 45, n. 1, p. 269-286, 2020.
OLIVEIRA, Amurabi. The rise of a southern anthropology: the creation of the Institute of Anthropology in Santa Catarina. Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology, Florianópolis, v. 18, p. 1-6, 2021.
OLIVEIRA, Amurabi; BARBOSA, Inaê. Oswaldo Rodrigues Cabral e a formação da antropologia em Santa Catarina. Áltera: revista de antropologia, João Pessoa, v. 1, n. 6, p. 37-54, 2018.
OLIVEIRA, Roberto C. Sobre o pensamento antropológico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
PEIRANO, Mariza. A antropologia como ciência social no Brasil. Etnográfica, Lisboa, v. 4, n. 2, p. 219-232, 2000.
REESINK, Misia; CAMPOS, Roberta B. C. A Geopolítica da Antropologia no Brasil: ou como a província vem se submetendo ao Leito de Procusto. In: SCOTT, Parry; CAMPOS, Roberta B. C.; PEREIRA, Fabiana (org.), Rumos da Antropologia no Brasil e no Mundo: Geopolíticas Disciplinares. Recife EDUFEPE/ABA, 2014. p. 55-81.
REIS, Maria José; FOSSARI, Teresa Domitila. Arqueologia e preservação do patrimônio cultural: a contribuição do Pe. João Alfredo Rohr. Cadernos do CEOM, Chapecó, v. 22, n. 30, p. 265-293, 2009.
SANTOS, Silvio C. Notas sobre a construção da antropologia no Brasil. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 3, n. 7, p. 62-69, 1997.
SAVIANI, Dermeval. História das Ideias Pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2011.
SOUZA, Vanderlei S.; Santos, Ricardo V. Corpos, medidas e nação: antropologia física na capital da República brasileira na primeira metade do século XX. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 7, n. 3, p. 639-643, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Ilha Revista de Antropologia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores cedem à Ilha – Revista de Antropologia – ISSN 2175-8034 os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição Não Comercial Compartilhar Igual (CC BY-NC-SA) 4.0 International. Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, desde que para fins não comerciais, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico desde que adotem a mesma licença, compartilhar igual. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico, desde que para fins não comerciais e compartilhar igual.