Os saberes-fazeres das lavadeiras da cidade de Goiás no contexto da decolonialidade
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2024.e93638Palavras-chave:
Cidade de Goiás, Lavadeiras, Saberes-fazeresResumo
Este artigo trata do trabalho das lavadeiras a partir dos seus saberes e fazeres. Marcado pelo empreendimento colonial, o processo de exotização e de subalternização vivido pelas lavadeiras da Cidade de Goiás – Goiás, Brasil, gerou dores e sofrimentos. A fim de examinar os mecanismos que operaram o silenciamento dessas agentes, busquei, nos saberes-fazeres, a chave para entender as negociações realizadas na arena de jogos de interesses no contexto de uma sociedade de origem colonial, locus do conservadorismo e patriarcalismo. Metodologicamente, cruzei as informações das entrevistas obtidas em campo e imagens (fotografias) com o propósito de identificar quem eram e como utilizaram saberes remotos para se afirmarem na urbs vilaboense, abordagem realizada à luz dos autores: Gayatri Spivak, José Jorge de Carvalho e Georges Vigarello.
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