Os saberes-fazeres das lavadeiras da cidade de Goiás no contexto da decolonialidade

Autores

  • Gleidson de Oliveira Moreira Universidade Federal de Goiás image/svg+xml

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8034.2024.e93638

Palavras-chave:

Cidade de Goiás, Lavadeiras, Saberes-fazeres

Resumo

Este artigo trata do trabalho das lavadeiras a partir dos seus saberes e fazeres. Marcado pelo empreendimento colonial, o processo de exotização e de subalternização vivido pelas lavadeiras da Cidade de Goiás – Goiás, Brasil, gerou dores e sofrimentos. A fim de examinar os mecanismos que operaram o silenciamento dessas agentes, busquei, nos saberes-fazeres, a chave para entender as negociações realizadas na arena de jogos de interesses no contexto de uma sociedade de origem colonial, locus do conservadorismo e patriarcalismo. Metodologicamente, cruzei as informações das entrevistas obtidas em campo e imagens (fotografias) com o propósito de identificar quem eram e como utilizaram saberes remotos para se afirmarem na urbs vilaboense, abordagem realizada à luz dos autores: Gayatri Spivak, José Jorge de Carvalho e Georges Vigarello.

 

Biografia do Autor

Gleidson de Oliveira Moreira, Universidade Federal de Goiás

Graduado em História pela Universidade Federal de Goiás, mestre em História pela Universidade Federal de Goiás e doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal de Goiás. Professor da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (SEDUC).

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Publicado

2024-08-01

Como Citar

MOREIRA, Gleidson de Oliveira. Os saberes-fazeres das lavadeiras da cidade de Goiás no contexto da decolonialidade. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 26, n. 2, p. 110–124, 2024. DOI: 10.5007/2175-8034.2024.e93638. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/93638. Acesso em: 2 fev. 2025.

Edição

Seção

Artigos