Trajetória entre o “campo inicial” e a formação antropológica: a partir de onde e como eu faço ciência?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8034.2024.e93850

Palavras-chave:

Trajetória, Vivência, Extrativismo, Marapanim, PA

Resumo

Este artigo busca demonstrar, a partir da minha experiência como morador do litoral da costa Norte do Brasil, região do salgado marapaniense, como se desvelou o encontro com a disciplina antropológica e as mudanças no fazer etnográfico a partir da pós-graduação. Assim, destaco a importância dos conhecimentos tradicionais dos/das agentes sociais da região por meio de suas narrativas e perspectivas de vida. Do mesmo modo, reflito sobre as dinâmicas socioculturais e as práticas de conservação ambiental, destacando o que chamo de “campo inicial” e “campo vivido”, após o encontro com as teorias antropológicas. Ademais, este artigo busca refletir sobre como o etnógrafo pode ser afetado pelos diversos aspectos de proximidade com o seu “campo” e sua comunidade.

Referências

ABU-LUGHOD, Lila. A Escrita contra a cultura. Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Rio Grande do Norte, v. 5, n. 8, p. 193-226, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/equatorial/article/view/15615. Acesso em: 2 abr. 2023.

ADAMS, C. 2000. As populações caiçaras e o mito do bom selvagem: a necessidade de uma nova abordagem interdisciplinar. Revista de Antropologia, v. 43, n. 2, São Paulo, AP.

ALBERT, Bruce. “Situação Etnográfica” e Movimentos Étnicos: Notas sobre o trabalho de campo pós-malinowskiano. Campos, [s.l.], v. 15, n. 1, p. 129-144, 2014.

BARTH, Fredrik. Etnicidade e o conceito de cultura. Antropolítica, Niterói, n. 19, p. 15-30, 2o sem. 2005.

BEHAR, Ruth. Anthropology That Breaks Your Heart. In: BEHAR, Ruth (org.). The vulnerable observer: Anthropology that breaks your heart. beacon press, 1996. p. 161-177.

BRUNER, Edward. Ethnography as narrative. In: TURNER, Victor Witter; BRUNER, Edward (org.). The anthropology of experience. Illinois: University of Illinois Press, 1986. p. 139- 158.

DA MATTA, Roberto. O Ofício do Etnólogo, ou como ter Anthropological Blues. In: NUNES, Edson de Oliveira (org.). A Aventura Sociológica – Objetividade, Paixão, Improviso e Método na Pesquisa Social. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. p. 23-35.

DOUGLAS, Mary. Pureza e Perigo. São Paulo: Perspectiva, 1976.

ECKERT, Cornélia. Questões em torno de uso de relatos e narrativas biográficas na experiência etnográfica. In: ROCHA, A. C.; ECKERT, C. Etnografia da Duração: antropologia das memorias coletivas em coleções etnográficas. Porto Alegre: Marcavisual, 2013. p. 105-127.

ELIAS, Norbert. Problems of Involvement and Detachment. The British Journal of Sociology, [s.l.], v. 7, issue 3, Sep. 1956, p. 226-252. Disponível em: http://tucnak.fsv.cuni. cz/~hajek/ModerniSgTeorie/literatura/soliteri/Problems%20of%20Involvement%20and%20 Detachment.pdf. Acesso em: 23 ago. 2022.

ESCOBAR, Arturo. La invención del Tercer Mundo: construcción y deconstrucción del desarrollo. Caracas, Venezuela: Fundación Editorial el perro y la rana, 2007. Serie colonialidad/ modernidad/descolonialidad. ISBN 978-980-396-776-5.

EVANS-PRITCHARD, Edward Evan. Algumas Reminiscências e Reflexões sobre o Trabalho de Campo. In: EVANS-PRITCHARD, Edward Evan Bruxaria (org.). Oráculo e Magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. p. 243-255.

FAVRET-SAADA, Jeanne. “Ser afetado”. Cadernos de Campo, [s.l.], v. 13, p. 155-161, 2005.

FURTADO, Lourdes Gonçalves. Aspectos Históricos e econômicos de Marapanim – Nordeste Paraense. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi, Nova Série, Belém, PA, Antropologia, n. 67, março, 1978.

GEERTZ, Clifford. Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura. In: GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978. p. 13-41.

GONTIJO, Fabiano. “As Ilhas Trobriand, a Antropologia e os Dimdim: Algumas Considerações Sobre Etnografia, Turismo e Reflexividade em “Lugares Sagrados”. Revista de Antropologia, [s.l.], v. 60, n. 1, p. 263-308, 2017. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/26605351. Acesso em: 23 mar. 2023.

ICMBio – INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Atlas dos Manguezais do Brasil. Brasília, DF: ICMBio, 2018.

ICMBio – INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Estudo socioambiental referente à proposta de criação de reserva extrativista marinha no município de Marapanim, Estado do Pará. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente; ICMBio, 2014.

LIMA, Roberto Kant de. A antropologia da academia: quando os índios somos nós. 2. ed. rev. e ampl. Niterói: EdUFF, 1997. 63p (Antropologia e Ciência Política).

MALINOWSKI, B. Introdução: tema, método e objetivo desta pesquisa. In: MALINOWSKI, B. Os Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 17-34.

MARTINS, Ewerton Domingos Tuma. Desafios da implementação da Lei n. 10.639/2003 em escolas públicas no município de Marapanim, PA. Revista em Favor de Igualdade Racial, [s.l.], v. 4, n. 2, p. 97-111, 2021. DOI: 10.29327/269579.4.2-9. Disponível em: https://periodicos. ufac.br/index.php/RFIR/article/view/4054. Acesso em: 25 ago. 2023.

MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva. In: MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. p. 183-314.

OLIVEIRA, R. C. de. O movimento dos conceitos na antropologia. Revista de Antropologia, [s.l.], v. 36, p. 13-31, 1993. Disponível em: https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.1993.111381. Acesso em: 17 dez. 2022.

O’DWYER, Eliane Cantarino; SILVA, Katiane. Anthropological practices, inter-group conflicts and shared colonial experiences in a regional context of the Lower Amazon. Vibrant, [s.l.], v. 17, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/vb/a/9h8zvTDmdkVf5mZWkpHpx6F/?forma t=pdf&lang=en. Acesso em: 12 mar. 2023.

PEIRANO, Mariza. 2014. Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, RS, v. 20, n. 42, 2014.

QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Relatos Orais: Do indizível ao dizível; Histórias de vida e depoimentos pessoais. In: LUCENA, C. T.; CAMPOS, M. C.; DEMARTINI, Z. de Brito. (org.). Pesquisa em Ciências Sociais: olhares de Maria Isaura P. de Queiroz. São Paulo: Textos CERU, 2008. Série 2, n. 10. p. 35-77.

SANTOS, Karina Pimentel dos. COSTA, Sandra Maria Fonseca da. As articulações regionais das cidades de maré na microrregião do salgado (PA). In: XIV ENANPEGE – XV ENCONTRO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM GEOGRAFIA. Campina Grande, Realize Editora, 2021. Anais [...]. Campina Grande, 2021. Disponível em: https://www.editorarealize. com.br/index.php/artigo/visualizar/77889. Acesso em: 1o fev. 2023.

SILVA, Guilherme Aglio. Tradição e Atualização: a luta dos pescadores artesanais de Itaipu -RJ. In: XXXI CONGRESSO ALAS, Montevideu, Uruguay, 2017. Anais [...]. Montevideu, Uruguay, 2017.

Downloads

Publicado

2024-01-25

Como Citar

MARTINS, Ewerton Domingos Tuma. Trajetória entre o “campo inicial” e a formação antropológica: a partir de onde e como eu faço ciência?. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 26, n. 1, 2024. DOI: 10.5007/2175-8034.2024.e93850. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/93850. Acesso em: 1 maio. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Novos Debates na formação em antropologia