Perspectivas críticas em Torto Arado

Resumo

O romance Torto arado, de Itamar Vieira Júnior, é abordado neste artigo com o objetivo de oferecer aos leitores uma perspectiva crítica em torno de dois pontos essenciais: seu campo simbólico e seu campo estrutural. Lançado em 2019, essa obra lança um olhar crítico sobre a formação de nosso país através de uma história ancestral carregada de apagamentos e silenciamentos. Mais do que isso, trata da luta da população quilombola e sua importância em nosso contexto histórico. A partir de direcionamentos analíticos, críticos, teóricos e históricos, procurou-se refletir e exemplificar como este romance pode ser lido em busca de abordagens literárias que entrelaçam as culturas, os deslocamentos e as subalternidades observadas na ancestralidade de um Brasil profundo. O foco foi, de forma introdutória e panorâmica, articular conceitos, empreender análises e pensar métodos que possam contribuir com a formação de leitores críticos da literatura brasileira contemporânea. Para isso, nos servimos de textos teóricos e críticos de René Wellek e Austin Warren (2003), Terry Eagleton (2019) e Affonso Romano Sant’anna (1979). As sugestões buscaram um caminho quase didático que pudesse oferecer ao leitor uma perspectiva clara da estrutura literária da obra. Chegou-se à conclusão que a consciência estrutural que articula imagens e as desdobra num conjunto imagético e estilístico caracteriza a própria estruturalidade do romance e garante sua qualidade literária.