Black and homosexual masculinity represented in “Bom-crioulo”, from an intersectional view

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2025.e105214

Keywords:

black masculinity, structural racism, homophobia, Intersectionality

Abstract

This essay analyzes the representation of Black homosexual masculinity in the novel Bom-Crioulo (1895) by Adolfo Caminha from an intersectional perspective. Considered the first work in Brazilian literature to explicitly address homosexuality, Bom-Crioulo portrays its protagonist through a narrative that reinforces racist and homophobic stereotypes, dehumanizing him through hypersexualization and violence. The analysis is based on the concept of hegemonic masculinity, developed by Raewyn Connell and James Messerschmidt (2013), which establishes a normative model of masculinity associated with compulsory heterosexuality, virility, and domination. In this context, masculinities that deviate from this standard, such as Black and homosexual masculinities, are relegated to subordinate positions. Frantz Fanon's (2008) perspective contributes to understanding how Black men have historically been socially constructed as objectified bodies deprived of subjectivity. Drawing on the concept of intersectionality proposed by Kimberlé Crenshaw (1989), this essay highlights how race and sexuality intersect in the protagonist’s marginalization. Beyond its literary and social implications, the analysis also underscores the impact of such representations on the mental health of Black homosexual men, who experience multiple forms of exclusion and discrimination. By problematizing these issues, this essay emphasizes the need for a critical reassessment of narratives like Bom-Crioulo, fostering new perspectives on dissident masculinities and their possibilities for resistance.

 

 

Author Biography

Rafael Cardoso Gomes, Oswaldo Cruz Foundation

Doutorando em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP/FIOCRUZ. Possui mestrado em Saúde Pública (2022) pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz – ENSP/FIOCRUZ. Especialista em Psicologia da Saúde. Especialista em Psicanálise. Especialista em Gestão em Saúde Pública. Possui graduação em Psicologia – Institutos Superiores de Ensino do CENSA – ISECENSA. Atuando principalmente nos seguintes temas: Masculinidades, Relações Raciais, Homofobia e Saúde mental.

References

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. 1. ed. São Paulo: Pólen Livros, 2019.

ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.

ALMEIDA, Miguel Vale de. Senhores de si: uma interpretação antropológica da masculinidade. Lisboa: Fim de Século, 1995.

BENTO, Berenice. A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Salvador: EDUFBA, 2011.

BORILLO, Daniel. Homofobia: história e crítica de um preconceito. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

CAMINHA, Adolfo. Bom-Crioulo. Rio de Janeiro: Domingos de Magalhães Editor, 1895; Brasília: Biblioteca Nacional Digital. E-book. Disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livros_eletronicos/bom_crioulo2.pdf. Acesso em: 24 set. 2023.

CONNELL, Raewyn; MESSERSCHMIDT, James W. Hegemonic masculinity: rethinking the concept. Gender & Society, v. 19, n. 6, p. 829-859, 2013.

CRENSHAW, Kimberlé. Mapping the margins: intersectionality, identity politics, and violence against women of color. Stanford Law Review, v. 43, n. 6, p. 1241-1299, 1993.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Trad. de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

FRY, Peter. Para inglês ver: identidade e política na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

FUNCK, Susana. O quarto das meninas e dos meninos: um estudo sobre identidade de gênero na infância. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 24, n. 3, p. 367-376, 2008.

KIMMEL, Michael. Masculinities and democracy: masculinity and the transition to democracy in the public sphere. New York: Oxford University Press, 1998.

MEDRADO, Benedito; LYRA, Jorge; AZEVEDO, Marcela. Masculinidades, saúde e violência: diálogos e perspectivas. Revista Estudos Feministas, v. 19, n. 1, p. 37-55, 2011.

MENDES, Celi Regina Jardim Pinto. Naturalismo na literatura brasileira: uma visão crítica. Revista Brasileira de Literatura Comparada, v. 8, p. 45-61, 2006.

MOUTINHO, Laura. Razão, cor e desejo: uma análise comparativa sobre relacionamentos afetivo-sexuais inter-raciais no Brasil e na África do Sul. São Paulo: UNESP, 2004.

OLIVEIRA, João. Gênero, infância e consumo: brinquedos e as construções das masculinidades e feminilidades. Cadernos de Pesquisa, v. 47, n. 165, p. 552-578, 2017.

QUILJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. Revista de Ciências Sociais, v. 1, n. 2, p. 1-35, 2005.

RODRIGUEZ, Bruno. Masculinidades subordinadas e hegemonia: um estudo sobre a hierarquia das masculinidades na sociedade contemporânea. Revista de Estudos de Gênero e Sexualidade, v. 15, p. 89-107, 2019.

SÁEZ, Javier; CARRASCOSA, Sejo. El desafío de las masculinidades: heterodesignaciones, identidades y discursos de resistencia. Barcelona: Bellaterra, 2016.

SERRA, Carlos. Masculinidade e cultura: entre a tradição e a mudança. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 33, n. 98, p. 5-22, 2018.

SOUZA, Rolf Ribeiro de. Falomaquia: homens negros e brancos e a luta pelo prestígio da masculinidade em uma sociedade do Ocidente. Revista Antropolítica, Niterói, RJ, n. 34, p. 35-52, 2013.

VEIGA, Lucas. Homens negros gays e a diáspora afetiva: racismo, solidão e resistência. Revista Estudos de Gênero e Diversidade, v. 5, n. 1, p. 73-92, 2019.

Published

2025-08-14

How to Cite

GOMES, Rafael Cardoso. Black and homosexual masculinity represented in “Bom-crioulo”, from an intersectional view. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 30, p. 01–13, 2025. DOI: 10.5007/2175-7917.2025.e105214. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/105214. Acesso em: 24 dec. 2025.

Issue

Section

From hegemonic literature to counter-narratives: representations of black masculinities in Brazilian literature