A focalização como elemento configurador da aridez relacional em "Vidas Secas"

Autores

  • Maria Bevenuta Sales de Andrade Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
  • Charles Albuquerque Ponte Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2012v17n1p77

Resumo

O objetivo desse trabalho é comparar o uso da focalização como elemento configurador da aridez relacional em duas mídias distintas, o romance Vidas secas, de Graciliano Ramos (1938) e sua adaptação homônima, dirigida por Nelson Pereira dos Santos (1963). Para tanto, lançamos mão da teoria narratológica de Gerard Genette (1995; 2008) e seus comentadores como Reis e Lopes (1988) e Gaudreault e Jost (2009); além disso, fizemos uso de teóricos da análise literária que trabalharam com o referido romance, incluindo Candido (1992) e Mourão (1971), e com o filme (BRITO, 2006). Diante de nossa pretensão, elegemos como recorte para explicitar a descontinuidade de ponto de vista os capítulos intitulados “Menino mais novo’ e “Menino mais velho”, bem como três momentos em que a família aparece reunida, e suas respectivas sequências adaptadas para a obra cinematográfica. Realizadas as análises constatamos que a aridez relacional se concretiza em Vidas secas, livro e filme, a partir de alguns elementos, tais como: a estrutura, a descontinuidade da focalização e, sobretudo, pela dificuldade de interação configurada, especialmente, pela escassez de diálogos. Desse modo, concluímos que a aridez relacional, por ser um traço característico e comum aos dois textos, reforça a presença das relações dialógicas estabelecidas entre a obra literária e a fílmica.

Biografia do Autor

Maria Bevenuta Sales de Andrade, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Maria Bevenuta Sales de Andrade possui graduação em Letras - Inglês pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2001), especialização em Literatura e Estudos Culturais pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2007) e mestrado em Letras (Literatura e Cultura) pela Universidade Federal da Paraíba (2011). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura brasileira, estética da recepção, dialogismo, adaptação fílmica e Vidas Secas. Atualmente, é professora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Charles Albuquerque Ponte, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Charles Albuquerque Ponte possui graduação em Letras Português e Inglês pela Universidade Estadual do Ceará (1999), especialização em Conto de Língua Inglesa no Século XX pela Universidade Federal do Ceará (2001), mestrado em Letras (Inglês e Literatura Correspondente) pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003) e doutorado em Teoria e História Literária da Universidade de Campinas. Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literaturas de Língua Inglesa, atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura e Cinema Norte-Americanos pós 1960 e teoria literária.

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Publicado

2012-05-23

Como Citar

SALES DE ANDRADE, Maria Bevenuta; PONTE, Charles Albuquerque. A focalização como elemento configurador da aridez relacional em "Vidas Secas". Anuário de Literatura, [S. l.], v. 17, n. 1, p. 77–91, 2012. DOI: 10.5007/2175-7917.2012v17n1p77. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2012v17n1p77. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Seção Temática: Literatura e Cinema

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