Demandas do presente: “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar

Autores

  • Sandro Adriano da Silva Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2013v18n2p123

Resumo

O poema “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar, pode ser tomado como exercício lírico-existencial, cuja elaboração estética articula metáforas sintomáticas de uma subjetividade cindida. A economia estética do poema ensaia uma arquitetura do desejo em “traduzir-se”, que manifesta a perplexidade do sujeito lírico diante do descentramento dessa experiência de “vertigem” e põe em suspeição sua tradução possível como arte. Neste artigo, apostamos em uma interpretação que considera rentável uma aproximação entre literatura e alguns pressupostos da psicanálise e da teoria e crítica de poesia, a fim de lançar um horizonte de compreensão sobre a emblemática poesia de Ferreira Gullar. O poema alude a uma autorreferencialidade do eu lírico e de suas marcas narcísicas, delineia um horizonte de ordem intersubjetiva, no qual se vislumbra um potencial alteritário do sujeito lírico, a emergência de uma subjetividade que se prenuncia híbrida, conflituosa: o eu poemático é gestado e ganha contornos existenciais num drama de linguagem. Uma “tradução” sempre contemporânea.

Biografia do Autor

Sandro Adriano da Silva, Universidade de São Paulo

Doutornando em Literatura Brasileira USP; Prof. Assist. Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR

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Publicado

2013-10-07

Como Citar

DA SILVA, Sandro Adriano. Demandas do presente: “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 18, n. 2, p. 123–138, 2013. DOI: 10.5007/2175-7917.2013v18n2p123. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2013v18n2p123. Acesso em: 10 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos