O percurso doloroso entre a prática e a teoria: reflexões sobre a personagem urania em “A festa do bode”, de Mario Vargas Llosa
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2016v21n1p32Resumo
Este artigo irá apresentar reflexões sobre a personagem Urania do romance A Festa do Bode, publicado originalmente em 2000, pelo escritor peruano Mario Vargas Llosa. Para esta análise, utilizou-se o conceito de metaficção historiográfica, cunhado por Linda Hutcheon ([1998] 1991) para abordar a relação entre literatura e história no romance. No que concerne à análise da personagem Urania (foco primordial do artigo) será demonstrado o entrelaçamento de memória e trauma no eixo narrativo de Urania, já que a personagem passou por uma experiência traumática em um período limite da República Dominicana: a ditadura da Era Trujillo (1930-1961). No percurso entre a teoria e prática, isto é, a vivência histórica e o conhecimento histórico, eis que surge Urania e o poder de recriar ficcionalmente as consequências que a ditaduras podem deixar nos indivíduos. Além disso, é justamente no movimento entre teoria e prática que a reconstrução da identidade dominicana de Urania torna-se possível.
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