Mário de Sá-Carneiro: suicídio ou transfiguração?
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2016v21n2p89Resumo
Vivemos uma era de inflação: dinheiro inflacionado, cargos inflados, cartas de recomendação infladas, reputações infladas e ideias infladas. O pós-modernismo, sem designação própria, não passa, para alguns, de uma versão enfatuada do modernismo. O excessivo racionalismo da sociedade ocidental fracassou na construção de defesas contra o irracional. Seu culto ingênuo do progresso deixou a humanidade vulnerável aos horrores do século XX. No alvorecer dessa época, no centro do picadeiro dessas questões, surgiu em Portugal um movimento conduzido por uma jovem dupla de poetas antitéticos e complementares, Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro: o sério e o fútil, o magro e o gordo, o pesado e o leve, o sobrevivente e o suicida. Cada vez mais atuais no século XXI, suas obras refletem, exemplarmente, a espetacularização do real e a dessubstancialização do sujeito num mundo em contínua metamorfose.
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