Mais do que resistência, avanço: desde o boicote de Minha Senhora de Mim à sua canonização

Autores

  • Ana Bárbara Pedrosa Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2017v22n1p116

Resumo

Iremos neste artigo analisar de que forma Minha Senhora de Mim (1971), de Maria Teresa Horta, atentou o regime ditatorial que foi o seu zeitgeist, partindo da forma como usou a literatura canónica e a tradição literária para desafiar um status quo, trazendo para a literatura portuguesa um novo modelo de relações entre os sexos, contrastante com as políticas impostas pelo Estado Novo, constitucionalmente consagradas, reclamando para as mulheres o direito ao prazer sexual e a um lugar na sociedade que não se limitasse ao de coadjuvante. O desafio à tradição literária merecerá alguma atenção, na medida em que é feito através da subversão do conteúdo das cantigas de amigo medievais. Num segundo ponto, analisaremos não só o contexto da produção da obra literária, mas também a ação consequente da PIDE. Finalmente, iremos analisar o papel da polícia política no boicote desta obra e da carreira literária da autora, tentando entender se foi aqui bem sucedida, assim como o papel que a obra desempenha hoje no cânone literário português.

Biografia do Autor

Ana Bárbara Pedrosa, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutoranda em Ciências Humanas na Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduada em Linguística pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mestre em Estudos Portugueses pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, licenciada em Línguas Aplicadas pelo Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade no Minho.

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Publicado

2017-08-22

Como Citar

PEDROSA, Ana Bárbara. Mais do que resistência, avanço: desde o boicote de Minha Senhora de Mim à sua canonização. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 22, n. 1, p. 116–127, 2017. DOI: 10.5007/2175-7917.2017v22n1p116. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2017v22n1p116. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Pesquisadores docentes