Mais do que resistência, avanço: desde o boicote de Minha Senhora de Mim à sua canonização
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2017v22n1p116Resumo
Iremos neste artigo analisar de que forma Minha Senhora de Mim (1971), de Maria Teresa Horta, atentou o regime ditatorial que foi o seu zeitgeist, partindo da forma como usou a literatura canónica e a tradição literária para desafiar um status quo, trazendo para a literatura portuguesa um novo modelo de relações entre os sexos, contrastante com as políticas impostas pelo Estado Novo, constitucionalmente consagradas, reclamando para as mulheres o direito ao prazer sexual e a um lugar na sociedade que não se limitasse ao de coadjuvante. O desafio à tradição literária merecerá alguma atenção, na medida em que é feito através da subversão do conteúdo das cantigas de amigo medievais. Num segundo ponto, analisaremos não só o contexto da produção da obra literária, mas também a ação consequente da PIDE. Finalmente, iremos analisar o papel da polícia política no boicote desta obra e da carreira literária da autora, tentando entender se foi aqui bem sucedida, assim como o papel que a obra desempenha hoje no cânone literário português.
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