Do zeitgeist às prateleiras – as obras das autoras portuguesas censuradas
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2019v24n2p116Resumo
Neste artigo, resumimos as conclusões da tese de doutoramento apresentada à Universidade Federal de Santa Catarina em 2017. Aqui, fazemos uma análise das condições de produção e recepção das obras das autoras portuguesas censuradas pela PIDE. Com um corpus que alberga todos os romances censurados de todas as autoras portuguesas, incluindo ainda peças de teatro e poesia, procurámos os motivos que levaram à censura e analisámos o papel que a censura teve na delineação do cânone literário português. O seu papel não é mesurável, quantitativo. Não apenas teve a sua influência sobre os livros que censurou: existem ainda aqueles que foram modificados para evitarem a proibição e aqueles que nem sequer foram escritos. Para mais, analisámos as condições de recepção dessas obras, já que, se umas foram simplesmente apagadas, outras motivaram processos judiciais ou movimentos sociais de apoio. O único denominador simbólico comum parte de uma identidade social que, por sua vez, parte de elementos culturais, sociais e políticos.
Referências
ARCHER, Maria. Ida e volta duma caixa de cigarros. Lisboa: Editorial O Século, 1938.
ARCHER, Maria. Casa Sem Pão. Lisboa: Empresa Contemporânea de edições, 1947.
BARRENO, Maria Isabel; HORTA, Maria Teresa; COSTA, Maria Velho da. Novas Cartas Portuguesas. Alfragide: Dom Quixote, 2010.
BRANDÃO, Fiama Hasse Pais. O Testamento. Lisboa: Portugália, 1962a.
BRANDÃO, Fiama Hasse Pais. O Museu. Novíssimo Teatro Português. Lisboa: Ao Sol, 1962b.
BRANDÃO, Fiama Hasse Pais. Quem move as árvores. Lisboa: Arcádia, 1979.
CÂNDIDO, António. Literatura e Sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.
CLÍMACO, Nita. Falsos Preconceitos. Lisboa/Paris: Edição da autora, 1964.
CLÍMACO, Nita. Pigalle. Lisboa/Paris: Edição da autora, 1965.
CLÍMACO, Nita. O adolescente. Lisboa/Paris: Edição da autora, 1966.
CLÍMACO, Nita. A salto. Lisboa/Paris: Edição da autora, 1967.
CLÍMACO, Nita. A francesa. Lisboa/Paris: Edição da autora, 1968.
CORREIA, Natália. Comunicação. Lisboa: Contraponto, 1959.
CORREIA, Natália. O vinho e a lira. Lisboa: Edições Afrodite, 1966.
CORREIA, Natália. O Encoberto. Lisboa: Galeria Panorama, 1969.
CORREIA, Natália. A Pécora. Lisboa: O Jornal, 1990.
CORREIA, Natália. Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica. Antígona: Lisboa, 2005.
CORREIA, Natália. O Homúnculo. Vila Nova de Gaia: Redil Publicações, 2015.
CUNHA, Paula Cristina Ribeiro da Rocha de Morais. Da Crítica Feminista e a Escrita Feminina. Revista Criação & Crítica, [S.l.], v. 8, p. 1-11, 2012. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/criacaoecritica/article/viewFile/46837/50598. Acesso em: 16 set. 2015.
ECO, Umberto. Obra aberta. São Paulo: Editora perspectiva, 1988.
ECO, Umberto. A definição de arte. Lisboa: Edições 70, 1972.
FIGUEIREDO, Carmen de. Famintos. Porto: Domingos Barreira, 1950.
FIGUEIREDO, Carmen de. Vinte Anos de Manicómio! Lisboa: Empresa Literária Universal, 195-.
GLÓRIA, Maria da. A Magrizela. Lisboa: edição de autora, 1962.
HORTA, Maria Teresa. O delator. Novíssimo Teatro Português. Lisboa: Ao Sol, 1962.
HORTA, Maria Teresa. Minha Senhora de Mim. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1971.
JAUSS, Hans Robert. Pour une esthétique de la réception. Paris: Tel Gallimard, 1978.
LOPES, João Teixeira. A recepção é a arma do povo?. Vírus, n. 11. Lisboa: Bloco de Esquerda, 2010.
MAGALHÃES, Isabel Allegro de. O Sexo dos textos. Lisboa: Caminho, 1995.
MOREIRA, Olga Archer. Prefácio. In: BORDEIRA, Guilherme. Acerca de Maria Archer. Lisboa: Edições Vieira da Silva, 2014.
NEVES, Helena. O Estado Novo e as Mulheres. Lisboa: Câmara Municipal, 2001.
NOGUEIRA, Franco. O Estado Novo [1933-1974]. Barcelos: Livraria Civilização Editora, 1981.
OLIVEIRA, Ana Maria Domingues de. Quarenta anos de Minha Senhora de Mim. In: SEMINÁRIO NACIONAL MULHER E LITERATURA. 16., 2009. [S.l.] Anais. Disponível em: http://www.telunb.com.br/mulhereliteratura/anais/wp-content/uploads/2012/01/ana_maria_domingues.pdf. Acesso em: 19 set. 2016.
PEDROSA, Ana Bárbara. O Encoberto: o pessimismo de que se imbui um símbolo da esperança. Revista LitCult, [S.l.], v. 12. 2. semestre de 2016. Disponível em: http://litcult.net/o-encoberto-o-pessimismo-de-que-se-imbui-um-simbolo-da-esperanca/. Acesso em: 10 out. 2016.
PEDROSA, Ana Bárbara. Mais do que resistência, avanço: desde o boicote de Minha Senhora de Mim à sua canonização. Anuário da Literatura. Florianópolis, v. 22, n. 1, p. 116-127, 2017.
PIMENTEL, Irene Flunser. História das Organizações Femininas do Estado Novo. Lisboa: Temas e Debates, 2001.
ROSAS, Fernando. Salazar e o Poder. A Arte de Saber Durar. Lisboa: Tinta-da-china, 2013.
SALAZAR, Oliveira. Discursos e notas políticas – VI – 1959-1966. Coimbra: Coimbra Editora, Lda, 1967.
SIMÕES, João Gaspar. Livro do mês. Átomo, 30 de Outubro de 1949, p.15-16, 1949.
TAVARES, Maria Manuela Paiva Fernandes. Feminismos em Portugal (1947-2007). 2008. Tese Doutoramento em Estudos Sobre as Mulheres. Universidade Aberta, Lisboa, Portugal, 2008. Disponível em: https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/1346/1/Tese%20de%20doutoramento%20Manuela%20TavaresVF.pdf. Acesso em: 19 set. 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.