La poética de la negritud femenina en “Ana Davenga” ¿Revelación de una necroescritura?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2019v24n1p81

Resumo

El presente artículo propone un análisis del cuento “Ana Davenga” (2016), de Olhos D’água, de la escritora brasileña Conceição Evaristo. En esta obra, narrada en tercera persona, se produce una feminización del enfoque narrativo, es decir, la perspectiva de la voz omnisciente, a pesar de no pertenecer al universo que cuenta, propone una mirada de mujer. Mediante la intersección de las categorías raza/clase, se propone una lectura desde la cual no se trataría de la mujer como una abstracción universal, sino de un sujeto materializado e histórico. En este sentido, se plantea indagar cómo múltiples cuestiones sociales que afectan a la población afrodescendiente en Brasil (empobrecimiento, crimen, exclusión, violencia policial, etc.) son elaboradas en la obra desde esta poética de lo femenino. De igual manera, se discurrirá sobre las formas en que la narrativa de Conceição Evaristo conduce a establecer estrechas relaciones entre la muerte y el goce y, por extensión, a reflexionar sobre los dispositivos estructurales puestos en práctica por el Estado y por el sistema económico que convierten a las personas negras en vidas humanas desechables. Para ello, se abordarán los planteamientos de Lacan, Judith Butler, Agamben, Riviera Garza y Achille Mbembe. 

Biografia do Autor

Rafaela Cassia Procknov, Universidade de São Paulo

Graduada e licenciada em letras, com habilitação em português e espanhol, pela Universidade de São Paulo (2008). É especialista em Semiótica Psicanalítica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2010). Mestra pelo Programa de Letras da área de Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-Americana da FFLCH/USP. Atualmente, doutoranda neste Programa e integrante, desde 2016, do grupo de pesquisa, fomentado pelo CNPq, Estudos literários interamericanos e transatlânticos.  Áreas de interesse de pesquisa: narrativas latino-americanas contemporâneas; narrativas afro-latinas; narrativas femininas contemporâneas e a relação literatura sociedade no presente milênio. E-mail: rafaela.procknov@usp.br.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Estado de Exceção. Tradução de Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004.

AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG, 2010.

BAIRROS, Luiza. Nossos femininos revisitados. Estudos Feministas. Rio de Janeiro, ano 3, p.458-463, 1995. Disponible en: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16462/1503. Acceso el: 02 may. 2019.

BUTLER, Judith. Marcos de guerra. Las vidas lloradas. México: Paidós, 2010.

CARNEIRO, Fernanda. Nossos passos vêm de longe. In: WERNECK, Jurema; MENDONÇA, Maisa; WHITE, Evelyn C. (Org.) O livro da saúde das mulheres negras: nossos passos vêm de longe. Traduzido por Maisa Mendonça, Marilena Agostini e Maria Cecilia MacDowell dos Santos. Rio de Janeiro: Pallas/Criola, 2006.

CERQUEIRA, Daniel (Coord). Atlas da violência 2018. Rio de Janeiro: Ipea e FBSP, 2018. Disponible en: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/180604_atlas_da_violencia_2018.pdf. Acceso el: 29 abr. 2019.

CORREIA, Severino do Ramo. Quilombhoje: um Tambor Expressando As Vozes Literárias Negras. 2010. 85f. Dissertação (Mestrado em literatura e interculturalidade) – Departamento de Letras e Artes, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2010.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Tradução Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016.

DE LAURETIS, Teresa. Género y teoría Queer. Mora (Buenos Aires). Ciudad autónoma de Buenos Aires, v. 21, n. 2, p. 00, 2015. Disponible en: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?

script=sci_arttext&pid=S1853-001X2015000200004&lng=es&tlng=es. Acceso el: 02 feb. 2019.

DEL ROIO, Marcos. Gramsci e a emancipação do subalterno. In: Revista de Sociologia e Política. n. 29, p. 63-78. Nov. 2007.

EVARISTO, Conceição. Gênero e etnia: uma escrevivência de dupla face. In: NOSSA escrevivência. [S.l.], 2003. Disponible en: http://nossaescrevivencia.blogspot.com/2012/08/genero-e-etnia-uma-escrevivencia-de.html. Acceso el: 06 mar. 2019.

EVARISTO, Conceição. Olhos D’água. Rio de Janeiro: Pallas/Fundação Biblioteca Nacional, 2016.

FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. 5. ed. São Paulo: Globo, 2008.

FLAUZINA, Ana Luiz Pinheiro. Corpo negro caído no chão: o sistema penal e o projeto genocida do Estado brasileiro. 2006. 145f. Dissertação ( Mestrado em Direito) – Coordenação de Pós Graduação em Direito, Universidade de Brasilía, Brasilía, 2006. Disponible en: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/5117/1/2006_AnaLuizaPinheiroFlauzina.pdf. Acceso el: 01 may. 2019.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 25. ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1987.

GARZA, Cristina Rivera. Los muertos indóciles. Barcelona: Tusquets, 2013.

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere. Caderno 25 (1934). Às margens da história. (História dos grupos sociais subalternos). v. 5. Edição e tradução de Luiz Sérgio Henriques. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

KUCINSKI, Bernardo et al. Bala perdida: a violência policial no Brasil e os desafios para sua superação. São Paulo: Boitempo, 2015.

LACAN, Jacques. O simbólico, o imaginário e o real. Conferência de 8 de julho de 1953. Disponible en: http://psicoanalisis.org/lacan/rsi-53.htm. Acceso el: 03 mayo 2019.

LACAN, Jacques. O seminário, livro 1: os escritos técnicos de Freud (1953-1954). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1986.

LAPLANCHE, Jean & PONTALIS, Jean Bertrand. Vocabulário de Psicanálise. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000. Disponible en: https://www.academia.edu/24575918/Vocabul%C3%A1rio_da_Psican%C3%A1lise_Laplanche_e_Pontalis . Acceso el: 05 may. 2019.

LUCINDA, Elisa. “Mulata Exportação”. In: LUCINDA, Elisa. O Semelhante. Rio de Janeiro: Record, 2002.

MARCONDES, Mariana Mazzini. et al. (Org). Dossiê mulheres negras : retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil. Brasília: Ipea, 2013.

MBEMBE, Achille. Necropolitica seguido de Sobre el gobierno privado indirecto. Traducción y edición a cargo de Elisabeth Falomir Archambault. España: Melusina, 2011.

MILLER, Jacques Alain. Percurso de Lacan: uma introdução. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua. Educação 2016. Disponible en: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/95090ddfb63a3412f04fedafd6d65469.pdf. Acceso el: 06 abr. 2019.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua 4o trimestre 2016. Algumas características da força de trabalho por cor ou raça. Disponible en: ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_continua/Trimestral/Caracteristicas_da_forca_de_trabalho_por_cor_ou_raca/Algumas_caracteristicas_da_forca_de_trabalho_por_cor_ou_raca_2016_04_trimestre.pdf. Acceso el: 06 abr. 2019.

SCHLESENER, Anita Helena. As novas condições de subalternidade. In: SCHLESENER, Anita Helena. Grilhões invisíveis: as dimensões da ideologia, as condições de subalternidade e a educação em Gramsci. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2016, p. 135-149. http://books.scielo.org/id/y3zhj/pdf/schlesener-9788577982349-05.pdf. Acceso el: 29 jun. 2019.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

TOREZAN, Zeila C. Facci; AGUIAR, Fernando. O Sujeito da Psicanálise: Particularidades na Contemporaneidade. Revista Mal - estar e Subjetividade. Fortaleza, v. XI, n. 2, p. 525 – 554, jun. 2011.

RABELAIS, Giselle Wendling. Uma abordagem sobre o conceito de gozo em psicanálise. In: A devastação na relação mãe e filha como efeito do gozo feminino. 2012. 90 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica) - Departamento de Psicologia do Centro de Teologia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio, Rio de Janeiro. Disponible en: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.phpstrSecao=resultado&nrSeq=29070@1&msg=28#. Acceso el: 27 jun. 2019.

Publicado

2019-08-26

Como Citar

PROCKNOV, Rafaela Cassia. La poética de la negritud femenina en “Ana Davenga” ¿Revelación de una necroescritura?. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 24, n. 1, p. 81–100, 2019. DOI: 10.5007/2175-7917.2019v24n1p81. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2019v24n1p81. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Representações afro-brasileiras: uma homenagem a Conceição Evaristo