“Vocês estão sozinhas?” A resposta está na pergunta
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2020v25n1p77Resumo
As narrativas onde apareciam personagens lésbicas na literatura brasileira, até recentemente, eram quase que exclusivamente de autoria de escritores e na maioria delas traziam estereótipos que reproduziam os elementos do heterocentrismo e androcentrismo fazendo com que a manutenção de uma imagem estereotipada da lésbica se perpetuasse no ambiente social. Este texto é resultado de uma leitura e posterior análise do conto “Duas mulheres sozinhas” de Diedra Roiz (2017) que faz parte da coletânea de contos “Incontadas- Aquelas que não podem falar dizendo o que não deve ser dito” lançada pela Editora Vira Letra em 2017, com o objetivo localizar no decorrer da narrativa as ocorrências evidenciando os conceitos de performatividade de Judith Butler (2013a), tecnologia de gênero de Teresa de Lauretis (1994), heteronormatividade compulsória de Adrienne Rich (2010) e epistemologia do armário de Eve Kosofsky Sedgwick (2007) e de como estas ocorrências influenciam na experiência individual de cada personagem do conto fazendo um paralelo do desenrolar das cenas com as teorias apresentadas como corpus teórico.
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