Figurações do amor lésbico em "Amora", de Natália Borges Polesso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2020v25n1p87

Resumo

O amor sempre esteve no imaginário e nas preocupações dos seres humanos ao longo dos desafios de viver junto. Contudo, assim com a sociedade muda, a visão de amor e as dinâmicas de relacionamento também se modificam e ganham nos contornos, principalmente na contemporaneidade. Esse processo também impacta o amor lésbico que além de enfrentar as inquietações do amor ainda sofrem com o silenciamento, fruto de uma política do esquecimento produzida por uma sociedade cujo referencial é sempre o homem, branco, heterossexual, cristão, moderno/colonial. Assim, este artigo se propõe a analisar as figurações do amor lésbico, a partir das transformações que o amor apresenta na vida contemporânea e sua relação com o regime da heterossexualidade que impacta a experiência lésbica nos contos: “Minha prima está na cidade”, “Como te extraño, Clara”, “Diáspora Lésbica” e “Dramaturga hermética” do livro Amora de Natália Borges Polesso (2015). Para tanto, empregou-se como aporte teórico as discussões de Antony Giddens (1993) e de Zygmunt Bauman (2004; 2011a; 2011b), bem como os estudos de Virgínia Maria Vasconcelos Leal (2019), Ochy Curiel (2007; 2013), Tânia Navarro-Swain (2004) e Byang-Chul Han (2011a; 2011b; 2011c).

Biografia do Autor

Manuela Rodrigues Santos, Universidade de Brasília

Licenciada em Letras Português-Francês (UFS), Mestre em Sociologia (UFS) e Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Literatura (PÓSLIT/UnB). É professora de Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas do Instituto Federal de Sergipe – Campus São Cristóvão. Desenvolve estudos ligados a Teorias da Narrativa; Estudos de Gênero e Crítica Literária Feminista; Teoria e Políticas Queer e Representações de Gênero e Diversidade Sexual na Literatura Brasileira Contemporânea.

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Publicado

2020-06-15

Como Citar

SANTOS, Manuela Rodrigues. Figurações do amor lésbico em "Amora", de Natália Borges Polesso. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 25, n. 1, p. 87–100, 2020. DOI: 10.5007/2175-7917.2020v25n1p87. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2020v25n1p87. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê "Ficções queer brasileiras"