O eu e o outro da escrita memorialística: um estudo do trágico em "São Bernardo", de Graciliano Ramos

Autores

  • Andréa Trench de Castro Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2012v17n2p88

Resumo

Este artigo tem o objetivo de desvelar e analisar a dimensão trágica que subjaz à leitura do romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, através do estudo das relações entre memória, escrita, sujeito e verdade, contidas fundamentalmente nas obras A Hermenêutica do Sujeito, de Michel Foucault, Fenomenologia do Espírito, de Hegel, e A memória, a história, o esquecimento, de Paul Ricouer. Para tanto, empreenderemos uma análise formal do romance com vistas a revelar a transformação da personagem advinda da experiência do autoquestionamento provocado pelo ato e pelo trabalho da escrita. Assim mesmo, buscaremos comprovar que o acesso à verdade ou a transfiguração do sujeito pelo ato da escrita possibilitam, no entanto, a emergência de uma visão de mundo trágica, na qual não se espera uma possível redenção, mas sim a possibilidade de uma compreensão mais profunda e aguda da consciência humana, por meio da tentativa de uma retomada mais consciente do passado.

Biografia do Autor

Andréa Trench de Castro, Universidade de São Paulo

Mestre em Letras e Doutoranda do programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

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Publicado

2012-11-15

Como Citar

CASTRO, Andréa Trench de. O eu e o outro da escrita memorialística: um estudo do trágico em "São Bernardo", de Graciliano Ramos. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 17, n. 2, p. 88–108, 2012. DOI: 10.5007/2175-7917.2012v17n2p88. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2012v17n2p88. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Seção Temática: Escritas de Si