A presença de Shakespeare na escrita de Nuno Bragança

Autores

  • La Salette Loureiro Universidade Nova de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2017v22n1p10

Resumo

Nuno Bragança inclui Shakespeare no grupo de criadores que foram muito importantes para si, sendo por isso normal que a obra do dramaturgo inglês apareça na sua escrita. Neste texto, apresenta-se em primeiro lugar a  crítica do filme Macbeth, de Orson Welles, onde Bragança analisa as características que tornam a obra shakespeareana intemporal, verificando-se que estas coincidem com aquelas que são defendidas e praticadas pelo autor e suas personagens escritoras. Em segundo lugar, analisa-se a presença de algumas peças de Shakespeare  na ficção de Bragança, que se concretiza através de vários processos de intertextualidade, procedimento que exige ao leitor uma cooperação ativa permanente, no sentido de identificar a presença do texto convocado e de interpretar a sua recontextualização. No que diz respeito a Shakespeare, a presença dos seus textos deteta-se nos três romances de Nuno Bragança, podendo identificar-se as peças Romeu e Julieta, Hamlet e Macbeth. As duas primeiras aparecem fugazmente nos dois primeiros romances, mas em Square Tolstoi este diálogo com Shakespeare ganha outra dimensão e alcance, assumindo um relevo determinante na produção de sentidos do romance em duas linhas de ação. 

Biografia do Autor

La Salette Loureiro, Universidade Nova de Lisboa

La Salette Loureiro fez Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, na Universidade de Coimbra, e Curso de Mestrado em Literatura Comparada Portuguesa e Francesa, na Universidade Nova de Lisboa, onde iniciou Tese de Doutoramento sobre Nuno Bragança, que interrompeu e está agora a retomar.

Publicou A Cidade em Autores do Primeiro Modernismo. Pessoa, Almada e Sá-Carneiro  e vários artigos em livros e revistas («Almada Negreiros: a cidade ou a volta ao mundo», Colóquio Letras; «Leitura: Um Processo Interactivo», Livro de Actas do V Congresso Internacional de Didáctica da Língua e da Literatura; «Do Real ao Imaginário. Roteiros Literários na Área Metropolitana de Lisboa», Área Metropolitana de Lisboa. Gentes, Paisagens, Lugares; «Cristianismo e Marxismo em Estação, de Nuno Bragança», Revista Abril (http://www.revistaabril.uff.br/index.php/revistaabril/article/view/90); «A Educação em A Noite e o Riso de Nuno Bragança», Colóquio Letras;  «O (En)canto dos Rouxinóis: da «Menina» de Bernardim à «Menina» de Garrett», Representação Animal nos Estudos Literários; «Gatos, cães e outros animais: presença e funcionalidades na ficção de Nuno Bragança», De Ecocrítica Y “Animalia”; «O modelo de cidade nos textos do Grupo de Orpheu, de 1915 a 1917», 100 Orpheu; «Almada Negreiros: ’Eu — o  Próprio’ em busca pela cidade», Nova Águia). Tem igualmente participado em Congressos, Colóquios e Conferências.

Foi professora e, atualmente, dedica-se em exclusivo à investigação em Literatura Portuguesa.

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Publicado

2017-08-22

Como Citar

LOUREIRO, La Salette. A presença de Shakespeare na escrita de Nuno Bragança. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 22, n. 1, p. 10–15, 2017. DOI: 10.5007/2175-7917.2017v22n1p10. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2017v22n1p10. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Cervantes & Shakespeare: 400 anos, e outros diálogos