Racismo, gênero e mito atualizado no arco-íris de "Ponciá Vicêncio"
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2019v24n2p30Resumo
Neste artigo, propomos a leitura do romance Ponciá Vicêncio (2003) a partir da simbologia do que por ora denominamos mito atualizado do arco-íris. Na obra em questão, apontamos o modo como os mitos bantu, iorubá, nórdico, romeno, irlandês, greco-romano, judaico, bem como a simbologia do arco-íris das bandeiras whipala andina e do movimento LGBTQI+, podem ser vistos na trama poética da narrativa de Conceição Evaristo. Ribeiro (2018), Daibert (2015), Dionísio (2013) e Ford (1999) são alguns dos autores que fundamentam a perspectiva presente no texto analisado. Justificamos este estudo porque, sabedora do conhecimento ancestral africano e conhecedora das culturas do mundo que a circundam, Conceição Evaristo de Brito é porto seguro no debate do feminismo negro. Escritora responsável pela abertura de oportunidades para as mulheres negras na literatura, Conceição fez o seu percurso na raça. Considerada internacionalmente e nacionalmente como detentora de uma escrita cuidada e potente, e também como Yabá querida e respeitada na comunidade negra, Evaristo é leitura recomendada e obrigatória a todas e todos.Referências
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