Merleau-Ponty, Lacan e Pessoa: o esfacelamento pulsional da visão

Autores

  • Maicon Reus Engler Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2015v20n2p98

Resumo

Este artigo mostra como alguns temas que Merleau-Ponty e Lacan mantêm em comum são tratados poeticamente na Ode Triunfal de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa). Trata-se de uma tentativa de exemplificar como a literatura pode expressar a seu modo várias ideias e posições que a filosofia alcança de forma teórica. Apresentamos brevemente os conceitos de Ser Bruto e de Carne, introduzidos por Merleau-Ponty para evitar os dualismos seculares da filosofia. Além disso, esboçamos como ele, em sua obra tardia, discute o visível e o invisível no interior da mesma estratégia de reabilitação da sensibilidade que já encetara em seus primeiros escritos. Em seguida, mostramos como Lacan apropria-se de tais considerações para ressaltar a existência de uma visão, proveniente das coisas mesmas e prenhe de elementos pulsionais, que antecede o olhar do vidente. Para Lacan, o vidente sujeita-se com prazer sacrificial a tal visão e nela aniquila. Por fim, comentamos partes do poema de Pessoa em que se exemplificam os principais pontos em apreço.

 

Biografia do Autor

Maicon Reus Engler, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação (2008) e mestrado (2011) em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi bolsista Santander na Universidade Católica Portuguesa (Braga) (2007), onde estudou história da Antiguidade, línguas clássicas e filosofia da religião; professor substituto das disciplinas de Ética/Disciplina Consciente e Comunicação/Expressão, na Universidade Federal de Santa Catarina, campus Joinville (2011). Realizou estágio de pesquisa (2014-2015) no departamento de Filologia Clássica da Philipps Universität de Marburgo (Alemanha), sob supervisão do professor Dr. Arbogast Schmitt. Integra desde 2013 a equipe editorial da "Peri - Revista de Filosofia". É membro do NIM - Núcleo de Investigações Metafísicas da UFS, do Núcleo de Filosofia Antiga da UFSC e da International Plato Society (IPS). Atualmente é aluno de doutorado da UFSC e tutor do Ensino a Distância na disciplina de Ontologia contemporânea.

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Publicado

2015-06-18

Como Citar

ENGLER, Maicon Reus. Merleau-Ponty, Lacan e Pessoa: o esfacelamento pulsional da visão. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 20, n. 2, p. 98–115, 2015. DOI: 10.5007/2175-7917.2015v20n2p98. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2015v20n2p98. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Letras & Imagens: signos em rotação