A linguagem da História: entre o passado, a ficção e aquele que escreve

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2019v24n2p135

Resumo

Quando ouvimos a frase “conte-me uma história”, em português, pode-se estar falando dos mitos e contos de fadas, da história de vida de alguém ou dos acontecimentos da história mundial. Assim, disciplina histórica, literatura e biografia estão relacionadas quando colocamos a palavra “História” em jogo. Esse ensaio tem como objetivo pensar a relação que se estabelece entre a Literatura e a História, num debate a respeito do papel da ficção e do sujeito historiador na produção do conhecimento histórico. Para isso, mobilizamos uma bibliografia interdisciplinar, onde alguns historiadores dialogam com escritos dos filósofos Jacques Rancière e Giorgio Agamben, com o mitólogo Furio Jesi e com a psicanálise. Por fim, o texto é permeado pela grande contribuição do poeta e vidente Hermann Hesse que em seus livros de literatura pode trazer profundas reflexões não só para se pensar o sujeito, mas também para o campo da teoria e escrita da história.

Biografia do Autor

Anne Caroline da Rocha de Moraes, Universidade Federal do Paraná

É doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal do Paraná, onde também cursou mestrado e graduação. É desde 2014 vinculada à linha de pesquisa Arte, Memória e Narrativa onde desenvolve estudos sobre narrativas subversivas nos quadrinhos underground e subjetividade nos movimentos de juventude.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. A Potência do pensamento: ensaios e conferências. Tradução de António Guerreiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2015a.

AGAMBEN, Giorgio. O Talismã de Furio Jesi. Tradução de Vinícius N. Honesko. Outra Travessia, Florianópolis, n. 19. p. 77-80, 2015b.

AGAMBEN, Giorgio. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet; prefácio de Jeanne Marie Gagnebin. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 2012. (Obras escolhidas v. 1)

BORGES, Jorge Luis. Ficções. 3. ed. São Paulo: Globo, 2001.

CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.

FARINELLI, Franco. A invenção da Terra. Trad.: Francisco Degani. São Paulo: Phoebus, 2012.

HESSE, Hermann. Demian. 26. ed. Rio de Janeiro: Record, 1992.

HESSE, Hermann. Viagem ao Oriente. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970.

HESSE, Hermann. Sidarta. Rio de Janeiro: Record, 1982.

ISER, Wolfgang. Os atos de fingir ou o que é fictício no texto ficcional. In: LIMA, Luiz Costa. (Org.). Teoria da literatura e suas fontes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. 2 v.

JESI, Furio. Gastronomia Mitológica. Tradução de Vinicius Honesko. Sopro: panfleto político-cultural, [s.l], n.52, p. 5-9, jun. 2011.

JESI, Furio. Leitura do Bateau ivre. Tradução de Fernando Scheibe e Vinícius N. Honesko. Outra Travessia, Florianópolis, n.19, 2015.

JESI, Furio. Mito e imagem. Boletim de pesquisa NELIC, Florianópolis, v.14, n.22, p. 93-96, 2014.

LACAN, Jacques. (1972-73). O Seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de janeiro: Jorge Zahar Editora, 1985.

RANCIÈRE, Jacques. Os nomes da história: ensaio sobre poética do saber. São Paulo: Editora Unesp, 2014.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. Ficção e imagem, verdade e história: sobre a poética dos rastros. Dimensões, Vitória, n.30, p. 17-51, 2013.

Downloads

Publicado

2019-11-21

Como Citar

MORAES, Anne Caroline da Rocha de. A linguagem da História: entre o passado, a ficção e aquele que escreve. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 24, n. 2, p. 135–145, 2019. DOI: 10.5007/2175-7917.2019v24n2p135. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2019v24n2p135. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos