A Produção do Humanismo da Alta Idade Moderna em A Tempestade de Shakespeare
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2010v15n2p164Resumen
Este artigo lê A Tempestade de Shakespeare como peça-chave de uma genealogia e de uma desconstrução pós-humanista do humanismo da Alta Idade Moderna (séc. XVI-XVIII) e da dicotomia humano/animal, tanto por estar historicamente situada entre a Renascença e a Modernidade, quanto por dramatizar o próprio processo de produção do humanismo (e do humano em oposição ao animal). Assim, a “peça” ilusionista que Prospero monta na ilha para convencer seus conterrâneos do seu direito legítimo ao trono pode ser vista como a encenação necessária para se produzir o humano de acordo com os novos valores modernos que vêem a arte como ferramenta para o poder e o conhecimento. Também é analisada a importância da inauguração da divisão ontológica humano/animal para a encenação de Prospero, através da qual ele pode ativar a máquina antropológica, como a chama Agamben, e fabricar a civilidade humana moderna.
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