O abrigo e o exílio de Sá-Carneiro

Autores/as

  • Caio Márcio Poletti Lui Gagliardi Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2016v21n2p42

Resumen

Paris é um espaço-chave na poesia de Sá-Carneiro, não apenas por boa parte de seus poemas ter sido produzida ali, mas como realidade simbólica. Este artigo busca refletir a respeito do papel simbólico representado por Paris na obra do poeta Mário de Sá-Carneiro, tomando por base a análise do poema “Abrigo” (1915), sua abordagem comparativa com o poema “Memória”, do poeta português António Nobre, e com a correspondência que o escritor estabeleceu com o amigo e colega de geração Fernando Pessoa. Transfigurada pela linguagem, Paris é aqui enfocada como espaço de identificação e de alteridade: ao mesmo tempo abrigo dos afetos represados num passado perdido e exílio interior num presente imaginário. Essa cidade de sonho, profusamente retratada tanto na correspondência quanto na literatura do autor, contrasta com uma realidade histórica grave e urgente. O poeta admite, afinal, que a sua Paris é um espaço de linguagem, produto de sua nostalgia imaginativa.

Biografía del autor/a

Caio Márcio Poletti Lui Gagliardi, Universidade de São Paulo

Professor da Universidade de São Paulo na área de Literatura Portuguesa desde 2008. Realizou Pós-Doutorado no Dipartimento di Studi Europei, Americani e Interculturali da Università degli Studi di Roma "La Sapienza" (UNIROMA/2014) e no Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada (USP/2008), Doutorado em Teoria e História Literária (UNICAMP/2005), Mestrado em Teoria Literária (UNICAMP/2000) e Graduação em Letras (UNICAMP/1997). É coordenador do Grupo de Pesquisa Estudos Pessoanos (http://estudospessoanos.fflch.usp.br/), a respeito do poeta português Fernando Pessoa.

Publicado

2016-12-06

Cómo citar

GAGLIARDI, Caio Márcio Poletti Lui. O abrigo e o exílio de Sá-Carneiro. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 21, n. 2, p. 42–55, 2016. DOI: 10.5007/2175-7917.2016v21n2p42. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2016v21n2p42. Acesso em: 3 dic. 2024.

Número

Sección

Dossiê "Mário de Sá-Carneiro: Eu-próprio o Outro: 100 anos depois"