Carlos Heitor Cony e Paulo Simões: a mudança estética de autor e personagem em Pessach: a travessia
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2018v23n2p182Resumen
Carlos Heitor Cony é considerado, por vários estudiosos da Literatura Brasileira, um dos autores que iniciou a literatura de resistência à Ditadura. Desde 01/04/1964, as crônicas de Cony questionavam o golpe, os militares e já denunciavam os primeiros abusos da Revolução de 31/03/1964. Em 1966, Carlos Heitor Cony e mais sete intelectuais brasileiros foram presos pelos militares após vaiarem e protestarem o presidente Castelo Branco numa conferência da OEA no Hotel Glória, episódio que ficou conhecido como “Os oito do Glória”. Na cadeia, Cony começou a escrever Pessach: a travessia, e Antonio Callado começou a escrever Quarup, hoje consideradas as obras iniciais da Literatura de Resistência dos anos 1960. Esses fatos nos ajudaram a desenvolver um dos objetos da nossa Dissertação: o romance de Cony. Para conseguir maiores informações, em 16 de agosto de 2016, nos encontramos com o autor em seu apartamento no Rio de Janeiro e conversamos durante toda a tarde sobre literatura, história, política e Pessach: a travessia, que no ano seguinte comemoraria o cinquentenário de sua primeira edição. Esta acabou sendo a última entrevista dada por Cony a um acadêmico e a penúltima de toda sua vida. O autor faleceu em 05 de janeiro de 2018, aos 91 anos. Abaixo, segue a entrevista, uma parte dos momentos intensos de aprendizado e reflexão que Cony nos proporcionou.
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