Tragédia histórica e drama romântico
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2021.e77884Palavras-chave:
Subjetividades, Sentidos de Lugar, HomossexualidadeResumo
O objetivo deste artigo é recuperar a tragédia histórica como gênero reconhecidamente romântico, quer dizer, como gênero que atende às expectativas de intelectuais identificados com o romantismo nas primeiras décadas do século XIX (Staël, Manzoni, Schlegel, Stendhal, Lebrun, Delavigne etc.), que antecipa e compartilha várias características com o drama (mistura de gêneros, desrespeito às unidades clássicas, realismo histórico, enriquecimento de decoração e figurino, complexificação da trama etc.) e, enfim, que mantém um evidente comércio com o drama e o melodrama durante todo o século, não raro com eles dividindo os mesmos palcos e atores. Para tanto, recorro à análise da recepção jornalística feita à peça Le Cid d’Andalousie, de Pierre Lebrun, encenada em 1825, e argumento contra a concepção amplamente difundida de que o teatro romântico se identifica exclusivamente com o drama tal qual proposto por Victor Hugo, em 1827, no célebre prefácio ao Cromwell, e que a tragédia pertence apenas à tradição clássica.
Referências
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1975.
BRUNETIÈRE, Ferdinand. Victor Hugo. Paris: Librairie Hachette et cie., 1902. t. 2.
C. Théâtre-Français. Journal des débats politiques et littéraires. Paris, p. 1-4, 3 mar. 1825a.
C. Théâtre-Français. Journal des débats politiques et littéraires. Paris, p. 1-3, 10 mar. 1825b.
CH. Théâtre-Français. Gazzete de France, Paris, n. 65, 6 mar. 1825.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 2000. v. 1.
CHRONIQUE. Figaro. Paris, p. 1-2, 19 out. 1837.
CHRONIQUE THÉATRALE. Le Constitutionnel. Paris, n. 275, p. 2, 2 out. 1837.
CLERICI, Edmondo. Il “Conciliatore”: periodico milanese (1818-1819). Pisa: Tipografia Successori FF. Nistri, 1903.
CONSTANT, Benjamin. Du Théâtre français et du Théâtre étranger. Mercure de France. Paris, p. 484-490, 13 dez. 1817.
DU DRAME HISTORIQUE ET DE LA TRAGÉDIE ROMANTIQUE. Le Figaro. Paris, n. 210, p. 433-434, 16 out. 1827.
DUMAS, Alexandre. Henri III et sa cour. Paris: Vezard et Cie.; Le Normant Père, 1829.
DUMAS, Alexandre. Mes mémoires. Paris: Michel Lévy Frères, 1867. v. 4.
DUMAS, Alexandre. Théâtre complet de Alexandre Dumas. Paris: Calmann Lévy éditeur, 1884. v. 2.
FAURIEL, Claude. Préface du traducteur. In: MANZONI, Alessandro. Le comte de Carmagnola et Adelghis. Paris: Bossange Frères, 1834, p. I-XX.
FERRARI, Luigi. Del “Caffè”: periodico milanese del secolo XVIII. Pisa: Tipografia Successori Fratelli Nistri, 1900.
GROS, Etienne. Le Cid après Corneille. Revue d’Histoire Littéraire de la France. Paris: Librairie Armand Colin, 1924, p. 1-45.
GUIZOT, François. Vie de Shakespeare. In: SHAKESPEARE, William. Œuvres complètes de Shakespeare. Paris: Chez l’Advocat, 1821, p. iii-clii.
HUGO, Victor. Œuvres complètes de Victor Hugo: drame. Paris: Édition Hetzel-Quantin; Librairie A. Houssiaux, 1880. v. 1.
LANSON, Gustave. Esquisse d’une histoire de la tragédie française. Nova Iorque: Columbia University Press, 1920.
LANSON, Gustave. Manuel bibliographique de la littérature française moderne (1500-1900). Paris: Librairie Hachette, 1911.
LEBRUN, Pierre. Œuvres complètes de Pierre Lebrun. Paris: Perrotin, libraire-éditeur, 1844. t. 1.
MANZONI, Alessandro. Le comte de Carmagnola et Adelghis. Paris: Bossange Frères, 1834.
MANZONI, Alessandro. Opere varie. Milão: Fratelli Rechiedei editori, 1881.
MANZONI, Alessandro. Tragedie di Alessandro Manzoni. Pisa: Presso Niccolò Capurro, 1826.
MARSAN, Jules. Le théâtre historique et le romantisme. In: SOCIÉTÉ D’HISTOIRE LITTÉRAIRE DE LA FRANCE (Org.). Revue d’histoire littéraire de la France. Paris: Librairie Armand Colin, 1910, p. 1-33. t. 17.
MARTIN, Roxane. Hernani: un mélodrame? Analyse comparative de la fonction dramatique de la musique de scène dans les dramaturgies mélodramatique et hugolienne. In: ANDREUCCI, Alain (Org.). Méthode! Revue de littératures. Número 14. Vallongues: 2008, p. 217-224.
MARTIN, Roxane. La féerie sur les scènes secondaires du Directoire et du Consulat: Genèse d’un théâtre «romantique»? In: BOURDIN, Philippe; LOUBINOUX, Gérard. La scène bâtarde entre Lumières et romantisme. France: Presses Universitaires Blaise Pascal, 2004, p. 255-268.
O., Du Romantique. Le Globe. Paris, n. 85, p. 423-424., 24 mar. 1825.
R. Théâtre-Français. Journal des débats politiques et littéraires. Paris, p. 1-4, 13 mar. 1820.
SOURIAU, Maurice. De la convention dans la tragédie classique et dans le drame romantique. Paris: Librairie, Hachette et cie., 1885.
STAËL-HOLSTEIN, Anne-Louise Germaine de. De l’Allemagne. Paris: H. Nicolle à la Librairie Stéréotype, 1813. t. 2.
STENDHAL. Correspondance de Stendhal. Paris: Charles Bosse, 1908. t. 2.
STENDHAL. Racine et Shakespeare: études sur le romantisme. Paris: Michel Lévy Frères, 1854.
STENDHAL. Rome, Naples et Florence. Paris: Librairie ancienne Honoré Champion, 1919.
THÉÂTRE DE LA PORTE SAINT-MARTIN. Le Figaro. Paris, n. 97, p. 1-2, 7 abr. 1829.
THÉÂTRE-FRANÇAIS. Le Globe. Paris, n. 76, p. 373-375, 3 mar. 1825a.
THÉÂTRE-FRANÇAIS. Le Globe. Paris, n. 77, p. 378-380, 7 mar. 1825b.
TIEGHEM, Paul Van. Le mouvement romantique. Paris: Librairie Vuibert, 1923.
TIEGHEM, Paul Van. Le romantisme dans la littérature européenne. Paris: Éditions Albin Michel, 1948.
WAILLE, Victor. Le romantisme de Manzoni. Argel: Imprimerie Pierre Fontana & Compagnie, 1890.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Gabriel Esteves
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.