O que um cisne
Resumo
Mientras el blanco inmaculado del cisne de Darío señala, según Saúl Yurkievich, un “acuerdo pánico entre lo celeste y lo terrestre” (hay pánico, es cierto, pero también hay acuerdo) el de Delmira Agustini ya arrastra, enrojecido, la estela de un desacuerdo subjetivo que sangra por la herida. Cincuenta años más tarde, en la poesía argentina de fin de siglo, se irán tendiendo otras líneas de flotación. El cisne perlongheriano, manchado, embarrado (“un cisne de alas manchadas interroga a la estela” dice Perlongher) se termina hundiendo en ese lago que el poeta llama “estanque final”. Pizarnik, por su parte, monta sobre la superficie mítica del lago un tablado escénico. Porque en Los poseídos entre lilas y en La bucanera de Pernambuco o Hilda la polígrafa, esas inclasificables prosas que la poeta escribió en la última etapa de su corta vida (años 70 y 71), el formato privilegiado es el teatro. Hay diálogos, personajes y también indicaciones imposibles para una puesta en escena (pide por ejemplo “en la pared, junto a la puerta, un cuadro dado vuelta como un hombre orinando en un parque”) Es un teatro caprichosamente lírico, cuyos personajes, lejos de cobrar independencia, son la prolongación agónica de ese narrador femenino que Pizarnik bautiza laloc (escrito todo junto). Laloc, entonces, podría abreviar a una tal laloca pero también refiere (en una nota al pie) a “la locutora”, ese reservorio de voces insistentes que a veces se encarna en un “pájaro loco” y otras en un loro (“soy un periquito que perora para Pizarnik”).Downloads
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Copyright (c) 2006 Tamara Kamenszain
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