Goya depois de Goya

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DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-784X.2019v19n31p71

Resumo

O procedimento de montagem do poema “Goya después de El Prado”, de Hebert Benítez, atualiza a Gravura # 43 de Francisco de Goya e, atravessado de heterocronia, incita a uma leitura do “princípio-atlas” (Georges Didi-Huberman) e da configuração do monstro como compossibilidade e mistura, desde a filosofia pré-socrática de Empédocles de Agrigento. A atribuição de valor, a causalidade, a periodização e, em especial, a heterocronia são substratos dessa cena de leitura que procura articular a gravura de 1799 e o poema de 1999 à noção de “desativação da autonomia” (Raúl Antelo) e, no percurso, encontra a heterocronia e a montagem da artista Leila Danziger, em sua exposição “Navio de emigrantes” (2018/2019).

Biografia do Autor

Dennis Lauro Radünz, Universidade Federal de Santa Catarina

Graduado em Letras - Línguas e Literaturas de Expressão Portuguesa na Universidade Federal de Santa Catarina e Mestrando no Programa de Pós-graduação em Literatura (PPGLIT/UFSC).

Referências

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Exposição realizada na Caixa Cultural, São Paulo, de 15 de janeiro a 31 de março de 2019.

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BENÍTEZ, Hebert. Goya después de El Prado, op. cit., p. 393-396.

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Publicado

2020-10-06