A poesia e sua tradução, segundo os primeiros românticos alemães

Autores

  • Maria Aparecida Barbosa USP

Resumo

A versão do poema épico indiano Bhagavad-Gita do sânscrito para o latim, realizada por August von Schlegel, gerou controvérsia no início do século XIX, nos anos que se seguiram a 1823, quando foi publicada. O trabalho foi criticado pelo sanscritólogo francês S. A. Langlois e criteriosamente estudado por Wilhelm von Humboldt, que não lhe poupou elogios. O filósofo Georg W. F. Hegel baseou-se, por sua vez, no estudo de Humboldt, principalmente para questionar a afirmação de Humboldt e de Schlegel, de que o texto traduzido seria a única poesia antiga com autêntico conteúdo filosófico, e também para fazer algumas observações tradutológicas. Essa polêmica erudita foi enriquecida posteriormente com as opiniões de autores ingleses como H. Th. Colebrooke, também especialista em sânscrito, e Charles Wilkins, que fizera a primeira tradução da Bhagavad-Gita para a língua inglesa, em 1784. Esse debate inspiraria então as reflexões de August von Schlegel sobre tradução, que ele escreveu em 1826, ou seja, 3 anos após a sua primeira tradução da Bhagavad-Gita. Em 1846, um ano após sua morte, é publicada uma segunda versão que ele havia feito desse mesmo poema.

Biografia do Autor

Maria Aparecida Barbosa, USP

Professora do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras da Universidade Federal de Santa Catarina. Tradutora de literatura de expressão alemã. Mestrado e doutorado pela Universidade Federal de Santa Catarina. Possui graduação em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (1987). Entre 1993 e 1995, cursou Theater- Film- und Fernsehwissenschaft na Universität zu Köln, na Alemanha (incompleto). Em 2012 realizou estágio pós-doutoral na Westfälische Wilhems-Universität Münster, sobre Modernismo e Movimentos de Vanguarda (Kurt Schwitters, Carl Einstein, Ivan Goll, Expressionismo, Dadaísmo), o que redundou em organização, tradução, posfácio do livro contos Mércio, de Kurt Schwitters. Tem experiência na área de Letras, atua principalmente no âmbito da linguagem poética em prosa e em poesia, na Literatura Comparada, nas Literaturas Estrangeiras Modernas. Membro da Pós-Graduação em Estudos da Tradução e do Programa de Pós-Graduação em Literatura da UFSC com os projetos de pesquisa: Dos afetos e dos sentidos - a poesia de Ivan Goll e Amizades intelectuais - Poética e crítica literária, com Walter Benjamin. Membro da Associação Brasileira de Estudos Germanísticos - ABEG, da Associação Latino-Americana de Estudos Germanísticos - ALEG, da Europäische Netzwerk für Studien zu Avantgarde und Moderne (European Network for Avant-Garde and Modernism Studies), da Carl Einstein Gesellschaft, coordena o Intercâmbio Internacional entre a Pädagogische Hochschule Weingarten e a UFSC.

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Publicado

2006-05-03