Belazarte e Malazarte: caras de um intelectual ficcional

Autores

  • André Piazera Zacchi UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-784X.2017v17n27p41

Resumo

Entre 1923 e 1924 Mário de Andrade publica, na Revista América Brasileira, de periodicidade mensal, as Crônicas de Malazarte. Nelas, constrói três personagens com gostos, opiniões e afetos distintos: Malazarte, Belazarte e Mário. As vozes ficcionais no espaço da revista, falando da mais iminente contingência brasileira, são caras, estratégias de Mário para assumir posturas políticas, sem que ocupe o lugar convencionalmente atribuído ao intelectual (aquele que sabe a verdade e a enuncia). Caras é também o nome de um ensaio sobre Chaplin na revista Espírito Novo, no qual Mário de Andrade separa e reúne diretor, criador, ator e personagem, Charles Chaplin e Carlitos. A cara de Carlitos, ostensivamente ficcional, é uma força capaz de imobilizar o que é só movimento, o cinema. Mário de Andrade pensa dentro da ficção, distribui-se nas caras das personagens às quais dá voz, esquiva-se dos lugares de poder, logrando interromper sua tradição.

Biografia do Autor

André Piazera Zacchi, UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Literatura

Downloads

Publicado

2017-09-06