A sobrevivência da estátua

Autores

  • André Piazera Zacchi Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-784X.2019v19n30p39

Resumo

No poema de Manuel Bandeira o cacto é uma estátua. Essa estátua tomba e interrompe a vida na cidade. Na morte o cacto se historiciza e, nesse sentido, ganha vida. A montagem das imagens no poema e sua leitura vertical, livre, nos apontam para outras imagens como as da escultura negra de Carl Einstein e sua leitura por Chris Marker e Alain Resnais em As estátuas também morrem, ou imagens como as poses dos nativos em ¡Que viva México! de Eisenstein. A morte revolucionária e a intratabilidade fazem do cacto uma estátua sobrevivente.

Biografia do Autor

André Piazera Zacchi, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina. Bolsista CAPES.

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Publicado

2020-05-13