Ausência de projetos civilizacionais nos primeiros estudos sociais brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.5007/2178-4582.2012v46n1p83Resumo
A finalidade deste estudo é demonstrar que alguns dos primeiros pensadores sociais brasileiros (Sílvio Romero, Euclides da Cunha e Manoel Bomfim) já se encontravam fortemente envolvidos na discussão sobre as (im)possibilidades de o país construir um projeto civilizacional capaz de transfigurar a sociedade e o Estado brasileiro. Constata-se que eles eram influenciados pelos principais problemas das discussões sociológicas positivistas e evolucionistas que tomavam o processo civilizacional como algo dotado de linearidade e de diretividade. Todavia, suas posições eram desconfortáveis, uma vez que eles tinham a sensação de estarem sendo tragados por uma concepção européia de progresso totalmente incompatível com a realidade social brasileira. Havia uma grande dificuldade, em todos eles, de lidar com os avanços e recuos, idas e vindas, progressos e regressos, evolução e regressão presentes nos processos civilizacionais, o que pode ser explicado pelas suas filiações às perspectivas pautadas na inexorabilidade histórica.
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